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«Se isto não mudar, qualquer dia não há professores»

Manifestação dos professores de Olhão reuniu dezenas na Rotunda do Cubo

«Esta é a luta de uma classe que está a dizer que chega e que, se isto não mudar, qualquer dia não há professores». As palavras são de Luís Mota Pinto, um dos docentes que na manhã desta quinta-feira, 12 de Janeiro, se juntou na Rotunda do Cubo, em Olhão, à manifestação de professores que contou também com a presença de alunos e alguns populares. 

A iniciativa surgiu após uma conversa na sala de professores, que passou para as redes sociais, onde docentes de várias escolas do concelho de Olhão se organizaram para hoje estarem presentes neste local.

«Aqui temos mais visibilidade e impacto. Às vezes, sinto que a sociedade anda adormecida para o que se passa realmente nas escolas e é preciso mostrar a realidade que os professores vivem», continua Luís Mota Pinto, frisando o facto de este ser um «movimento muito sincero das pessoas, sem políticas por detrás».

Para Paula Ferrinho, professora de Educação Especial, o facto de se tratar de um movimento espontâneo «devia ser motivo de reflexão para as estruturas sindicais». «Há uma série de professores que não se sente representada e eu incluo-me nesse grupo».

«Tempo de serviço que não é contado, falta de progressões na carreira e salários estagnados» são alguns dos motivos que têm levado os professores de todo o país a manifestarem-se desde o mês de Dezembro.

«A adesão tem sido muito boa e pela primeira vez sentimos que parte da opinião pública nos suporta», frisa Sílvia Domingos, professora na Escola José Carlos da Maia.

Ainda assim, Luís Mota Pinto diz que são vários os encarregados de educação que não entendem a luta dos professores.

«O que os pais têm de perceber é que isto que aqui estamos a fazer é também pelos alunos. Se os pais estão em risco de perder o emprego por causa de terem de ficar com os filhos, o que tem de mudar é a lei laboral e não a luta de quem está a ir atrás dos seus direitos», realça o docente.

Quem também fez questão de apoiar os professores nesta causa foram alguns alunos de Olhão, que na manhã desta quinta-feira se encontravam junto à rotunda.

«Estamos aqui com os nossos professores porque queremos apoiá-los. Temos uma professora que dá aulas há 27 anos e teve sempre o mesmo ordenado e nós não achamos isso justo», afirma Lara, aluna do 7.º ano.

Esta quinta-feira, 12 de Janeiro, o Ministério da Educação pediu dois pareceres sobre a legalidade das greves dos professores: um solicitado à Procuradoria-Geral da República e outro ao Centro de Competências Jurídicas do Estado.

A Fenprof e o S.T.O.P. defendem que as greves cumprem todos os requisitos legais e o Sindicato de Todos Os Profissionais da Educação acusa ainda o Governo de falta de preocupação com o estado do ensino.

Fotos: Mariana Carriço | Sul Informação

 

 

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