O «dia feliz» da inauguração da nova Escola de Hotelaria de Portimão

Antiga cadeia deu lugar a uma escola moderna, localizada no centro de Portimão

«O investimento na educação é o mais produtivo que o país pode ter» disse esta segunda-feira, dia 23, o ministro da Economia na inauguração das novas instalações da Escola de Hotelaria e Turismo de Portimão (EHTP).

Segundo o ministro António Costa Silva, a educação «muda as pessoas e são as pessoas que transformam o mundo. Nós queremos ser o destino mais sustentável do mundo e isso não se faz sem escolas de qualidade».

As novas instalações daquela Escola resultam da adaptação e ampliação do edifício da antiga cadeia de Portimão, num projeto do arquiteto João Laranjo e depois de obras no valor de 2,3 milhões de euros.

O ministro da Economia considerou que ontem foi «um dia feliz», pela inauguração do espaço que transformou «uma prisão numa casa de conhecimento», para «formar pessoas».

Isilda Gomes, presidente da Câmara de Portimão, também recordou: «vim aqui quando era Governadora Civil, para visitar o estabelecimento prisional, mas agora é uma felicidade entrar aqui, nesta escola».

A autarca, que também já foi professora, sublinhou que «hotéis bons há muitos no mundo inteiro, cidades bonitas também», mas, em termos turísticos, «o que nos pode distinguir é a qualidade do serviço prestado». É aí que entra a EHTP, agora dotada das melhores condições.

 

 

Falando na sessão inaugural que teve lugar no novo auditório do edifício, José Apolinário, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, entidade que gere os fundos europeus que financiaram a obra, salientou que «as escolas de hotelaria e turismo são uma mais-valia estratégica para a formação de profissionais neste setor».

O responsável pela CCDR referiu-se ainda ao «Inverno demográfico» de que Portugal começa a sofrer, para sublinhar a importância das escolas de hotelaria para «qualificar os fluxos migratórios» que serão necessários para suprir os postos de trabalho.

Nuno Fazenda, secretário de Estado do Turismo, disse que «esta escola tem três marcas muito importantes: uma primeira marca é de reabilitação e sustentabilidade. Não foi feito de raiz um novo edifício, foi reabilitado o já existente, com preocupações de eficiência energética, de gestão eficiente da água».

Depois, acrescentou Nuno Fazenda, «tem uma segunda marca que é a das qualificações propriamente ditas: formar mais jovens, mais adultos, mais pessoas online».

«E tem uma terceira marca, que é o empreendedorismo: não se limita a formar alunos», tendo também «uma ligação muito importante à gestão, ao empreendedorismo».

 

 

António Furtado, presidente da ESTAMO – Participações Imobiliárias, SA, empresa proprietária do antigo Estabelecimento Prisional de Portimão, cujo capital é inteiramente detido pela Parpública, fez questão de sublinhar o «trabalho em parceria, em articulação, em rede» que levou a bom porto o processo da transformação da cadeia em escola de hotelaria.

E aproveitou para frisar que, nesta obra, «cumpriu-se calendário, projetos e orçamentos».

Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal, defendeu que Portugal tem o «melhor parque de escolas públicas de formação em turismo do mundo». Mas tem também uma formação de alta qualidade, que faz com que «90% dos seus alunos tenham empregabilidade imediata», enquanto «20% dos alunos que fazem estágio ficam no local», provando a «ligação às empresas».

A presidente da Câmara Isilda Gomes aproveitou, por seu lado, para dizer que «estar aqui [na inauguração] o ministro e o secretário de Estado revela a importância que dão ao Turismo no Algarve» e à «formação de excelência» que a nova Escola de Hotelaria vai promover.

Mas, perante um auditório onde também estavam muitos empresários, a autarca fez ainda um apelo de «justiça social»: «que os empresários reconheçam esta formação de excelência» subindo «um pouco o salário que pagam aos trabalhadores».

 

 

Pedro Moreira, diretor da EHTP, recordou que esta foi, ainda em instalações precárias, a «quarta Escola de Hotelaria e Turismo a ser criada no país».

À margem da inauguração, este responsável destacou, em declarações ao Sul Informação, a «modernidade do espaço, conforto, toda esta beleza» e «uma aproximação muito grande à realidade da hotelaria, com todos os equipamentos que aqui há agora».

Combinando espaços técnicos inovadores com características sustentáveis e eficientes, que permitirão incrementar a qualidade da formação e reduzir os consumos de energia e de água, a nova escola tem 8 salas de aula equipadas com a mais recente tecnologia, que vem facilitar um ensino híbrido que conjugue formação presencial e à distância, duas cozinhas de aplicação com equipamentos topo de gama, um auditório com capacidade para 140 pessoas, laboratório com cozinhas individuais, bar de aplicação e restaurante de aplicação.

Estes últimos estarão abertos ao público, mas a data em que isso acontecerá ainda não está definida.

A EHTP tem atualmente 104 alunos na formação inicial, mas esse número irá aumentar. «No futuro, uma vez que já temos autorização para funcionar em horário alargado, vamos promover cursos em pós-laboral», revelou Pedro Moreira ao Sul Informação.

Além desses 140 alunos presenciais, há ainda «mais de 3700 alunos em formação contínua, seja na Academia Digital, a que qualquer pessoa em qualquer parte do mundo pode aceder gratuitamente, seja também na formação presencial», acrescentou.

A inauguração culminou com uma visita às instalações e um cocktail preparado e servido pelos alunos da EHTP, ao som de um agrupamento de jazz da Escola da Bemposta.

 

Fotos: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

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