Deputado socialista algarvio critica ministro da Cultura por deixar ACTA sem apoios

«Há aqui um erro e espero que o senhor ministro não seja imune ao que eu disse»

Luís Graça, deputado algarvio do PS, abandonou temporariamente a presidência da Comissão Parlamentar de Cultura para, esta quarta-feira, 11 de Janeiro, intervir contra o Governo devido à exclusão da ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve do Programa de Apoio Sustentado da Direção-Geral das Artes (DGArtes).

A situação aconteceu durante uma audição ao ministro da Cultura, por requerimento do PSD, BE e PCP, na manhã desta quarta-feira.

Luís Graça, que é presidente da Comissão Parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, abandonou a presidência, de forma temporária, para fazer uma intervenção, enquanto deputado do PS, onde criticou o Governo.

A razão? A exclusão da ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve dos apoios quadrienais do Programa de Apoio Sustentado da Direção-Geral das Artes, na vertente teatro.

Na sua intervenção, Luís Graça disse que, enquanto parlamentar eleito pelo Algarve, «não podia deixar de manifestar» o seu «desconforto, face às consequências do desfecho do programa de apoio às artes».

A ACTA, referiu, é uma «companhia de teatro profissional com um trabalho em rede de 25 anos que envolve os municípios, a Universidade do Algarve e as escolas».

Sem este apoio, o trabalho da companhia «fica em risco e nós [o Algarve] mais pobres», acrescentou.

Em declarações ao Sul Informação, já esta sexta-feira, dia 13, Luís Graça reiterou o seu desagrado pelo resultado deste concurso.

«Antes de ser presidente da comissão de cultura, sou deputado, eleito pela região. O meu vínculo é com o Algarve e acho que a decisão do júri, além de injusta, é errada. Por isso, fiz a intervenção que fiz», considerou.

De acordo com os resultados finais, conhecidos esta terça-feira, dia 10, nos apoios quadrienais de 2023 a 2026 a companhia escolhida, no Algarve, é o Teatro do Eléctrico que até tem sede…na Amadora.

 

 

No total, irá receber 1,2 milhões de euros.

«Não me parece justo que uma companhia, sediada em Lisboa, fique com o financiamento que o Governo dá, quando o edital diz que o Algarve tem de ter, pelo menos, uma companhia apoiada», considerou em declarações ao nosso jornal.

Também ao Sul Informação, Luís Vicente, diretor artístico da ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve, aplaudiu a atitude do deputado do PS.

«O Luís Graça teve um comportamento muito digno e de elevada consciência – não sei se o ministro terá ficado agradado, mas a intervenção foi muito assertiva», disse.

O líder da ACTA não se conforma com o facto de a companhia ter ficado de fora destes apoios que, confessa, podem pôr em causa todo um trabalho de 25 anos.

«Isto apanhou-me completamente de surpresa. Ainda não estou refeito. Pode ser algo catastrófico para a companhia e para a região», considerou.

«De 12 pessoas, já tivemos de dispensar duas, mas não vamos baixar os braços», garantiu.

Luís Graça também tem esperança de que «se encontrem mecanismos para que a ACTA seja apoiada porque tem um trabalho imenso».

«Há aqui um erro e espero que o senhor ministro não seja imune ao que eu disse porque disse-o também em defesa do Governo», concluiu o deputado socialista.

 

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