BE: solução não é fechar Bloco de Partos de Portimão, mas investir

«Há grávidas que, do Barlavento algarvio, têm de percorrer mais de 100 quilómetros para chegar à maternidade de Faro», diz o BE

A Comissão Coordenadora Distrital do Bloco de Esquerda/Algarve defende, em comunicado, que a solução para o Bloco de Partos/Maternidade do hospital de Portimão não é fechá-lo, mas «apostar em mais recursos e com qualidade».

Na perspetiva dos bloquistas, «é necessário mais investimento público, contratar os médicos pediatras e obstetras necessários, além de outros recursos humanos, criar incentivos e valorizar as suas carreiras».

Desta forma, acrescenta o BE, «evita-se a sangria de médicos para o privado» e a sua «concorrência desleal» com o Serviço Nacional de Saúde.

Esta é mesmo, na sua opinião, «uma responsabilidade que cabe ao poder central, no caso concreto ao governo de maioria absoluta do PS».

O BE recorda que esta estrutura «tem vindo a encerrar, de forma constante, ao longo de diversos períodos, por falta de pediatras», tendo um desses períodos acontecido «na quadra do Natal e do Ano Novo».

«Segundo o Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), que integra os hospitais de Faro, Portimão e Lagos, a carência de médicos pediatras conduziu a uma reorganização dos serviços articulada entre as unidades hospitalares de Faro e de Portimão durante o período de final do ano, “de forma a garantir os melhores cuidados de saúde à população”», recorda aquela força política.

Quando esteve fechado, «o atendimento nas urgências de pediatria no Hospital de Portimão foi assegurado por médicos não especialistas, funcionando como serviço de urgência básico, sendo o internamento realizado pelo Serviço de Urgência Pediátrica de Faro».
O BE lembra igualmente que o CHUA afirma «que tem estado a trabalhar para resolver a falta de recursos humanos mediante a contratação de novos profissionais para o ano de 2023».

Ora, segundo os bloquistas, «as intenções e afirmações do CHUA caem pela base e só servem para desculpabilizar o governo pelas graves responsabilidades que tem ao deixar degradar os serviços na maternidade de Portimão, em risco de total encerramento».

O BE acrescenta que o bloco de partos de Portimão vai encerrar «aos fins de semana até Abril, obrigando as grávidas com mais de 22 semanas de gestação a deslocar-se ao hospital de Faro, a 70 quilómetros de distância».

Na opinião do Bloco de Esquerda, «trata-se de uma situação inaceitável, de extrema violência para as parturientes e que coloca em causa o SNS no Algarve e, muito em particular, a manutenção do bloco de partos em Portimão. Há grávidas que, do Barlavento algarvio, têm de percorrer mais de 100 quilómetros para chegar à maternidade de Faro».

Por isso, o BE defende que, «para solucionar os problemas da maternidade de Portimão, mantendo-a aberta em permanência e com a prestação de bons cuidados, assim como melhorar o SNS na região», é «imperioso» atacar os problemas de frente.

 



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