Algarve Biomedical Center e Nuno Marques – daqueles que fazem a diferença

O ABC teve como líder o Dr. Nuno Marques, um presidente absolutamente inspirado e eficaz

Há três anos, por esta altura, as notícias que vinham da China acerca de um vírus não eram nada tranquilizadoras. Hoje, de alguma maneira, voltamos a sentir alguma inquietação com as notícias que de lá nos chegam. Durante este percurso de quase três anos, existe entre nós um caminho trilhado o que nos permite, agora, observar o que foi feito.

Na altura, comparando as características desta pandemia com anteriores, num artigo publicado aqui no Sul Informação, assinalávamos a emergência de algo muito positivo no Algarve, neste combate a uma pandemia por SARS-CoV-2 acerca da qual nada se sabia. Pela primeira vez, as notícias acerca do Algarve não eram de casos que não tinham corrido bem, da falta crónica de profissionais ou outros enredos.

Pelo contrário, tinha aberto no Estádio do Algarve um centro de testes à covid-19 que rapidamente foi reproduzido por todo o país. E um nome, o do ABC – Algarve Biomedical Centre, começou a ficar conhecido por múltiplas acções que rapidamente foram reproduzidas noutros locais.

Dizíamos então, nesse escrito, que a crise que vivemos teve algumas consequências positivas: tornou evidente a todos a existência do Algarve Biomedical Centre e terminávamos o artigo com esta nota positiva da evidência que a todos ressaltava e que deve ser motivo de orgulho para o Algarve.

Nesses dias, foram necessárias ações para conter uma pandemia quando nada se sabia acerca da patologia em si. Dias que se compararam a uma circunstância onde era necessário pilotar um avião que se ia construindo ao mesmo tempo que se voava. Eram parcos os conhecimentos que a medicina ia adquirindo, em tempos onde foi necessário arrojo, imaginação e a utilização inteligente dos recursos disponíveis. E foi isso que o ABC deu mostra.

Desde a mobilização dos alunos do Curso de Medicina do Algarve, dando massa critica à linha SNS-24, bem como às múltiplas ações que se seguiram, muitas reproduzidas depois por todo o país, e que contribuíram em larga medida para ações no terreno que se estenderam até ao Alentejo, quando nada existia, confrontámo-nos com uma série de boas práticas e de iniciativas que fizeram a diferença.

Como exemplo do espírito que presidia, refira-se o título de artigo então publicado: “Linha SNS 24 – os aprendizes que acederam ao chamamento de um juramento que ainda nem tinham concretizado”.

Sob a batuta do ABC, foram desencadeadas uma série de ações, elencadas no quadro abaixo. Estas iniciativas mostraram que, no Algarve, existia algo que previamente não era tão expressivo: liderança, antevisão e ações bem estruturadas com informação e oferecendo ferramentas para combater a pandemia e desmitificar o medo.

Em simultâneo com a aquisição de equipamentos no estrangeiro, estávamos, no Algarve, bem preparados para fazer frente à pandemia, sem a falta crónica de meios de outras épocas.

E acerca da aquisição desses elementos no exterior, recordemos que foram tempos onde houve relatos de aviões carregados com material para combate à pandemia que, em pleno voo, mudavam de rota. Tempos onde a lei de quem mais pagava, imperou. Mas também aí o ABC foi absolutamente essencial, conseguindo que não nos faltassem esses meios.

Nesta dinâmica criada, o ABC teve como líder o Dr. Nuno Marques, um presidente absolutamente inspirado e eficaz. Sei do que falo, pois, nesses dias, pertenci ao Conselho Executivo do ABC, onde sempre nos sentimos com um líder rodeado por uma equipa que ele fazia questão de ouvir, partilhando estratégias e robustecendo as iniciativas que foram postas em prática.

Em nenhuma altura, senti outro sentimento que não fosse a procura do bem geral, daqueles a quem a Saúde não pode faltar, naquela que é a nossa missão numa visão alargada de clínicos.

Isso mesmo vimos compreendido com a atribuição do primeiro prémio nacional que visa ações no terreno e cuja imprensa então titulava: ABC vence prémio Manuel António da Mota e deixa CHUA «orgulhoso».

Acerca destes dias mais recentes, onde voltamos a registar inquietações vindas das notícias da China, pergunto-me se o país, e o Algarve em especial, se podem dar ao luxo de ignorar o que aqui recordo?

 

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