A dessalinizadora do Algarve vai nascer nos concelhos de Albufeira ou de Lagos e terá uma capacidade maior do que a inicialmente prevista, revelou Duarte Cordeiro, ministro do Ambiente e da Ação Climática, esta sexta-feira, 13 de Janeiro, durante uma visita à barragem de Odeleite, no concelho de Castro Marim.
«Chegámos a ter 12 potenciais locais, mas resumimos a dois concelhos: Albufeira ou Lagos. Com o estudo de impacte ambiental, vamos tomar a decisão», disse o ministro, adiantando que o estudo deverá ser entregue à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) nas próximas semanas.
Apesar de não ter sido revelado o local exato para a instalação da central que irá produzir água potável a partir da água do mar, o Sul Informação sabe que, no concelho de Albufeira, a possibilidade é a zona da Rocha Baixinha.
Durante a visita ao Algarve, o ministro adiantou ainda que, juntamente com a Águas de Portugal e do Algarve, se tomou a decisão de aumentar a capacidade da dessalinizadora para poder chegar até aos 24 hectómetros cúbicos.
«A dessalinizadora que tínhamos era uma dessalinizadora que dava para oito hectómetros cúbicos, e, potencialmente, aproveitamento até 16, e agora tomou-se a decisão de aumentar a dimensão para poder chegar até 24 hectómetros cúbicos», realçou o ministro, frisando ainda que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), de onde sairão as verbas para pagar a central, «é muito ambicioso, tem várias obras» e muitas entidades envolvidas, mas estão a ser dados «passos firmes» para que avancem.
Segundo Duarte Cordeiro, a decisão de aumentar a capacidade de produção da dessalinizadora foi tomada agora porque era «o momento certo, antes de fazer o investimento».

«Neste momento, o Algarve é uma das zonas do país que mais nos preocupa», frisou ainda o ministro, acrescentando que se vive realidades diferentes no Sotavento e Barlavento.
«Na zona do Sotavento já há capacidade de cerca de 60% do que é o armazenamento, enquanto na zona do Barlavento estamos preocupados, porque temos barragens com níveis de abastecimento mais baixo», disse Duarte Cordeiro, durante a visita desta manhã à Barragem de Odeleite (concelho de Castro Marim), onde está prestes a ser concluída a primeira obra de eficiência hídrica na região financiada pelo PRR.
«É uma matéria que estamos a acompanhar com muita atenção, muito cuidado, ainda hoje vamos ter reunião com a Associação de Municípios e também com a CCDR, para ouvir todos relativamente àquilo que é a situação atual, perceber o nível de recuperação que temos, fazer um ponto de situação», continuou.
Em relação à subida de custos que implica o aumento da capacidade da dessalinizadora, Duarte Cordeiro afirmou que o orçamento passou de 40 para cerca de 50 milhões de euros e que, se não houver condições de financiamento via PRR, serão encontradas outras fontes de financiamento.
«Isso não inibiu a tomada de decisão, a decisão está tomada, a desssalinizadora vai ser de um tamanho superior ao que estava previsto», rematou o ministro.
Quanto a futuras dessalinizadoras no país, Sines é uma das cidades a ser estudada.
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