Revista «Meridional» apresenta o seu nº2 esta tarde em Portimão

Publicação conta com trabalhos de 20 escritores e historiadores, de Lídia Jorge, Nuno Júdice e Luís Castro Mendes, a João Romero Chagas Aleixo ou Andreia Fidalgo

O número 2 da «Meridional», revista de Estudos do Mediterrâneo, é lançado esta segunda-feira, dia 12 de Dezembro, a partir das 18h00, na Biblioteca Municipal de Portimão.

A apresentação será feita pelo professor João Guerreiro (ex-reitor da Universidade do Algarve e atual presidente da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior) e por Maria da Graça Ventura, diretora da revista.

A capa conta com uma fotografia de uma azinheira, de Elsa Martins.

Aberta a revista, surge «outra árvore, inaugural, “a alfarrobeira do caminho” de Lídia Jorge estendendo os seus ramos para o mundo», diz o Instituto de Cultura Ibero-Atlântica (ICIA) que edita a publicação.

A publicação conta com trabalhos de 20 escritores e historiadores, de Lídia Jorge, Nuno Júdice e Luís Castro Mendes, a João Romero Chagas Aleixo ou Andreia Fidalgo.

«Um mundo meridional que, no dossiê temático deste número, atravessamos até ao Mar Negro, com a sua história “em movimento” (Rui Bebiano), a sua literatura (“Odessa, cidade aberta”, incursão geográfica e literária de João Ventura através de uma cidade ameaçada pela guerra) e os traumas de um passado soviético que ainda marcam os georgianos (pelo depoimento da escritora e ativista Tamta Melashvili). “A guerra em voz baixa”, pela palavra do poeta Nuno Júdice», acrescenta.

A revista conta também com textos de António Cabrita (desde Moçambique), um sul longínquo onde chega o eco das sirenes de Kherson que «antecipam bombardeamentos». É ainda a Ucrânia massacrada de hoje que Maria Cantinho sugere em contraste com o «Mediterrâneo que foi luz grega e sonho de Ulisses».

O Algarve e a Andaluzia também presentes quer no estudo de João Romero Chagas Aleixo quer na recensão de Jorge Semedo Matos ao livro “Por este mar adentro”.

A pesca, atividade ancestral praticada no Mediterrâneo com diferentes artes e variadas descrições, é abordada por Carlos Osório, que evoca a “copejada do atum”, e pela recensão de Andreia Fidalgo no estudo sobre “A Pesca no Algarve Medieval”.

O Sul é também o Alentejo e o vagar dos pastores que seguem as suas ovelhas pelas planícies verdejantes de que fala Joana Portela.

Esta edição também fala sobre Marrocos.

«A outra margem fronteira ao Algarve, o outrora Algarve d’Além, recupera as marcas da presença portuguesa na Época Moderna (estudo de Frederico Mendes Paula) e do imaginário coletivo representado pela lenda da Aisha Qandisha, contada por Mohamed Saadan».

O escritor e artista plástico marroquino Mahi Binebine partilha, na revista, a sua conversa com o arquiteto José Alberto Alegria, cônsul Honorário do Reino de Marrocos no Algarve, desde 2001.

A pirataria argelina que assolou a costa do Algarve leva-nos um pouco mais para leste, quando António Jorge Afonso relata as peripécias do lacobrigense Abraão Cardozo.

«O Sul depende sempre do ponto de vista do observador e, por isso, Manuel Jorge Marmelo se sente sempre meridional, quer esteja em Castelo de Vide ou no Pólo Sul, e nos lembra que para os marroquinos o Algarve fica a norte. Tal como Maria Adelina Amorim situa a morte, a matança atual, a norte (para os turcos a Ucrânia fica a norte, assim como para habitantes do hemisfério sul). Dora Gago foi de Macau, a Sul, para Florença, onde as memórias de infância irromperam a relembrar as fragâncias das ervas medicinais colhidas nos campos de São Brás de Alportel com a sua bisavó», diz o ICIA.

«Nuno Júdice celebra 50 anos de uma fulgurante carreira literária, reconhecida e premiada internacionalmente em ambos os hemisférios. Como escreve Luís Castro Mendes, outro poeta algarvio que apresenta aqui uma recensão do livro 50 anos de poesia, antologia pessoal, Júdice brinca com as palavras e, sem se comprometer com nenhuma corrente de escrita, é dos autores que ficam e fundam», conclui.

 



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