Padel Adaptado quer ser modalidade de referência no Algarve

Após mais um encontro, o próximo objetivo «é implementar o Padel Adaptado no Algarve»

A manhã de 19 de Dezembro foi diferente para duas dezenas de crianças, jovens e adultos da Associação de Portadores de Trissomia 21 do Algarve (Apatris), Associação Existir e Acaso, que se deslocaram até à Academia Eduardo Beldade, em Faro, para o segundo encontro de Padel Adaptado da região. 

«O primeiro encontro, onde tivemos 15 miúdos da Apatris 21 e do Centro Pediátrico do CHUA, correu muito bem e, por isso, achámos que seria interessante organizar mais. A ideia é aproveitar as potencialidades do Padel e dar a conhecer a modalidade a estes jovens e adultos com algum tipo de deficiência e que precisam deste estímulo e prática de atividade física», começa por referir Afonso Franco, psicomotricista e instrutor de Padel, responsável pela organização desta iniciativa, juntamente com Gonçalo Roque, da secção de padel do Sporting Clube Farense.

Ao Sul Informação, Afonso Franco explica que o Padel é uma modalidade recente cuja vertente adaptada já está implementada em Lisboa. «Aqui, ainda não existe, e, por isso, o nosso objetivo é implementar o Padel Adaptado no Algarve já no próximo ano», revela o profissional.

«A modalidade do Padel acaba por ser, além de social, fácil de aprender e, tal como o nome indica, é adaptado às características de cada um e às suas capacidades, mas não deixa de ser Padel. Algumas regras mudam, alguns aspetos do treino são alterados, mas é Padel e isso é o mais importante», explica.

 

Afonso Franco e Gonçalo Roque, os organizadores do segundo encontro de Padel Adaptado do Algarve. Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

 

Afonso ainda estava a preparar os campos para as atividades quando começaram a chegar os primeiros jovens. Felizes, mostraram vontade de pegar na raquete e atirar as primeiras bolas.

A iniciativa, que durou grande parte da manhã, decorreu em dois campos. Num, os participantes tiveram de realizar um circuito de coordenação psicomotora através de alguns materiais desportivos. No outro, passaram para os exercícios com a raquete, «para terem uma primeira abordagem à modalidade».

Cláudio Francisco, técnico de desporto da ACASO, em Olhão, realça a importância destas atividades «para o desenvolvimento cognitivo e físico» destas crianças e adultos e lamenta que ainda não haja muitas opções de desporto adaptado no Algarve.

«Infelizmente, aqui, há muito poucas modalidades adaptadas e estas iniciativas são importantes para mostrar que podem haver muitas mais. É preciso é mais investimento», realça o técnico desportivo.

 

Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

 

Também Ana Rita Palma, psicóloga na Apatris 21, Associação que participa pela segunda vez nesta iniciativa, salienta a importância destas atividades para que todas as crianças «se sintam incluídas na sociedade».

«É preciso mostrar que todos os desportos podem ser adaptados também a estes meninos. Procurar os interesses individuais deles é muito importante e o desporto é importante tanto para o convívio como para a melhoria da sua qualidade de vida e saúde».

Após uma pausa para o lanche da manhã, os grupos trocaram de campo, para que pudessem passar por todas as atividades.

O encontro «teve muito boa aceitação», o que leva Afonso Franco a acreditar que «o Padel Adaptado pode ser mais uma modalidade de referência no Algarve», sendo que «a ideia é criar treinos semanais e, possivelmente, depois ir a encontros nacionais», remeta o psicomotricista.

 

Fotos: Mariana Carriço | Sul Informação

 



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