Como seria Dino d’Santiago sem a escola onde «tudo começou»?

Quarteirense celebrou o seu 40º aniversário na Escola D. Dinis, onde foi aluno

Dino d’Santiago não o esquece: foi ali que «tudo começou». A Escola D. Dinis, de Quarteira, reconstruída há poucos anos, é hoje muito diferente, mas nada lhe belisca as recordações de quando, nos anos 90, era só mais um aluno. «Aqui comecei a desenhar; aqui comecei a cantar», diz. Como um bom filho que à casa torna, o aniversariante Dino voltou ontem à sua escola e de lá levou ainda mais memórias para guardar.

«A última vez que tinha ouvido o meu nome nesta escola foi para ser chamado ao gabinete do diretor por estar a desenhar nas mesas», diz Dino, entre risos, rodeado de alunos, professores, funcionários, familiares e amigos.

O mesmo gabinete, gracejou, que ontem, 13 de Dezembro, o convidou para ir à Escola D. Dinis, numa manhã diferente.

A data escolhida não foi inocente: Dino fazia anos. 40 – e assinalou-os na sua antiga escola.

Por duas vezes, centenas de pessoas cantaram-lhe os parabéns, ainda antes de o músico, que agora dá nome à sala de música da D. Dinis, subir ao palco para cantar com a banda da escola e também a solo.

 

 

O hall de entrada da escola foi pequeno para acolher tanta gente: as centenas de alunos falavam «do Dino», quase como se fosse um colega, um amigo, e procuravam-no outra e outra vez para selfies e autógrafos.

Daí que, com naturalidade, o momento alto tenha sido quando o músico algarvio subiu ao palco para cantar três músicas: “Como Seria”, “Mbappé” e “Kriolu”.

A plateia foi ao rubro.

Uma das mais eufóricas com tudo o que se estava a passar era Maria Agosto. Vocalista da banda da escola, teve a oportunidade de cantar “Como Seria” com o seu ídolo.

«Ele é uma inspiração. Foi muito bom e motivador receber a visita do Dino. É bom saber que quem andou na minha escola também conseguiu chegar tão longe», disse a adolescente de 14 anos, no final.

 

 

Para Pedro Santos, de 11, que também integra a banda da D. Dinis, a experiência de ter partilhado o palco com Dino d’Santiago também foi «maravilhosa».

«Eu não sabia que ele tinha andado cá na escola», atirou.

O jovem aluno é um exemplo daquilo que Dino diz ser o grande trunfo desta escola: a multiculturalidade.

Pedro veio do Brasil há três anos. Na turma, tem «muitos colegas de muitos países», mas sempre se sentiu «muito bem acolhido».

Para se ter uma ideia, há, naquela escola, alunos de 40 nacionalidades.

«Eu já estou tão habituado a esta diversidade e isso só é possível porque esta é uma escola pública. Aqui tu podes realmente enriquecer culturalmente: no mesmo instante em que estás a comer uma cachupa, podes também comer um bacalhau com natas», disse Dino d’Santiago, entre risos.

O regresso à D. Dinis foi, para o cantor, uma experiência incrível. «Aqui, comecei a edificar os meus primeiros sonhos e a perceber que talvez um dia fosse possível concretizá-los», recordou.

 

 

E foi mesmo. Hoje, o quarteirense é um cantor de renome, aclamado pelo público e pela crítica, e quis «retribuir e expressar» a sua gratidão por «tudo» o que aquela escola lhe deu.

Aníbal Soutinho lembra-se desse jovem. Nos anos 90, o professor de Música teve como aluno Claudino Pereira que hoje é… Dino d’Santiago.

«Ele é uma grande referência da nossa escola e sinto-me muito feliz por voltar a vê-lo aqui, não enquanto aluno, mas como exemplo e referência para estes jovens todos», disse.

O docente, que coordena também a banda da escola, recorda um Dino que, na sala de aula, já «cantava e gostava de música».

Foi hoje essa dupla de paixão – pela música, mas também pela sua terra – que o artista levou à D. Dinis. Ouvi-lo, basta para o perceber.

«Eu já estive no Coliseu, fiz o NOS Alive, cantei na Festa do Avante e estava mais nervoso aqui para subir ao palco e cantar três músicas».

 

Fotos: Pedro Lemos | Sul Informação

 

 

 



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