O eurodeputado José Gusmão, do Bloco de Esquerda, visitou, no dia 16, o Centro de Ciência Viva em Faro, onde teve oportunidade de conhecer o trabalho realizado pelo Centro na divulgação do ecossistema da Ria Formosa e na educação ambiental.
Tomou conhecimento das dificuldades e imprevisibilidade do financiamento daquela instituição, cujo orçamento não cobre sequer as despesas com pessoal. «Acresce que os profissionais do Centro que não estão em mobilidade não têm carreiras e, embora altamente qualificados, têm remunerações baixas», salienta o Bloco.
Cristina Veiga-Pires é a diretora executiva do Centro localizado junto à Doca de Faro, no complexo da antiga Central Elétrica, que celebrou 25 anos de existência no passado dia 3 de agosto e foi o primeiro Centro Ciência Viva do país.
Este Centro integra e colabora em projetos de âmbito nacional e internacional, contribuindo assim, para uma diversificação de ofertas considerando diversas vertentes.
O serviço prestado por esta Associação sem fins lucrativos, no que diz respeito à divulgação científica e tecnológica junto da população, é notável e apresenta provas visíveis de sucesso e empreendimento.
O Programa de Atividades direcionado para todas as idades apresenta uma variedade de ações para o desenvolvimento da cultura científica e tecnológica. O CCVAlg é membro da rede Ecsite – The European Network of Science Centres and Museums, participa no grupo EQUITY@ECSITE e também faz parte dos destinos apresentados por Accessible Portugal. No primeiro ano de implementação, o Plano para a Igualdade de Género é um excelente exemplo de uma política de promoção da cidadania.
José Gusmão, como membro do Grupo Interparlamentar da deficiência, destacou a importância destes projetos, enaltecendo as condições de acessibilidade do espaço e as boas práticas para a equidade e inclusão.
O eurodeputado teve conhecimento dos recursos físicos, materiais e humanos, com os quais contam aqueles que trabalham e visitam o espaço e também das dificuldades vividas pelos comunicadores de ciência. ~
«As desigualdades salariais entre os trabalhadores com qualificações equivalentes e com o mesmo perfil socioprofissional retiram qualquer tipo de perspetiva futura», salienta o Bloco.
«A inexistência de apoio administrativo especializado, os atrasos e as exigências burocráticas dos programas de financiamento, são alguns dos problemas apresentados, que condicionam o trabalho realizado no centro, o tipo de oferta científica para divulgação e afetam o planeamento de toda a gestão», acrescenta o BE.
O desfasamento salarial entre os Centros de Ciência Viva existentes no país chega a atingir o dobro da remuneração atribuída para trabalhadores com as mesmas funções.
Por isso, defende José Gusmão, «urge salvaguardar os direitos destes comunicadores de ciência e criar formas de os fixar, uma vez que não têm garantias da sua continuidade e a perspetiva de progressão é inexistente».
«Necessitamos de políticas que fomentem a cultura científica e tecnológica, mas também de garantir que estes espaços de excelência tenham condições para continuar a oferecer um serviço de qualidade aos seus trabalhadores e aos seus visitantes», conclui o eurodeputado bloquista.
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