Algarve continua a ter segunda mais alta taxa de diagnóstico de VIH em Portugal

O Dia Mundial contra a Sida assinala-se esta quinta-feira, 1 de Dezembro

O Algarve, à semelhança de 2019, teve, em 2020 e 2021, a segunda mais elevada taxa de diagnóstico de pessoas com infeção por VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana) do país, com 9,3 casos por 100 mil habitantes. 

Os dados constam do “Relatório Infeção por VIH em Portugal – 2022, que será hoje apresentado pela Direção-Geral da Saúde e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge.

O documento, que reúne dados de 2020 e 2021, mostra como a Área Metropolitana de Lisboa é a que tem maior proporção de novos casos (880, o que equivale a 15,3 infeções por 100 mil habitantes).

 

 

Em termos absolutos de novos casos, porém, o Algarve surge bem menos destacado, com 84 novos casos de infeção por VIH (com idade igual ou superior a 15 anos) diagnosticados em 2020 e 2021, sendo superado por Lisboa (880), Norte (421) e Centro (286).

Por distrito, a análise das taxas de novos diagnósticos por distrito revelou que os três distritos com as taxas mais elevadas foram: Lisboa (16,6 casos/105 habitantes), Faro (9,7 casos/105 habitantes) e Setúbal (9,2 casos/105 habitantes).

No último relatório, relativo a 2019, o Algarve registou um total de 59 casos, o que equivaleu a 13,5 infeções por 100 mil habitantes.

Apesar de tudo, os dados sobre a infeção por VIH, que, a não ser tratada, pode dar lugar à SIDA (Síndrome de Imunodeficiência Adquirida), continuam a ser animadores em Portugal.

O número de novos casos voltou a descer em 2020 e 2021 (1803 no total), mantendo-se a tendência de decréscimo que já se verificava desde o ano 2000. Ou seja, longe vai o ano de 1999, quando foram diagnosticados em Portugal 3358 casos de infeção por VIH.

Assim, o relatório sobre a evolução da infeção em Portugal, que é apresentado na semana em que se assinala o Dia Mundial da SIDA, revela uma redução de 44% no número de novos casos de infeção por VIH e de 66% em novos casos de SIDA entre 2012 e 2021.

 

 

O documento da DGS e do INSA também faz uma análise das taxas de novos casos de infeção por VIH ao nível dos concelhos.

Apesar de os três municípios com maior número de novos casos serem, por ordem decrescente, Lisboa, Sintra e Porto, Portimão é aquele que tem a taxa mais elevada de novas infeções (31,2 casos por 100 mil habitantes).

Na lista estão mais três concelhos algarvios: Lagos, Albufeira e Faro.

A nível nacional, a maioria (71,8%) dos novos casos de infeção em adolescentes e adultos (≥ 15 anos) registou-se em homens (2,5 casos por cada caso em mulheres) e a mediana das idades à data do diagnóstico foi de 39 anos.

 

 

Em 63,6% dos novos casos as pessoas tinham entre 25 e 49 anos e em 27,6% tinham idade igual ou superior a 50 anos. No período em análise foram notificados 4 casos de infeção VIH em crianças (2 em 2020 e 2 em 2021).

Embora a transmissão heterossexual se mantenha como a mais frequente (51,8%), os casos em homens que têm sexo com homens corresponderam à maioria dos novos diagnósticos em homens (56,0%).

Relativamente aos óbitos, foram comunicados 298 óbitos em pessoas que viviam com VIH (148 em 2020 e 150 em 2021). Em 24,5% dos óbitos o tempo decorrido desde o diagnóstico foi superior a 20 anos.

Analisando os dados acumulados, desde 1983 até 31 de Dezembro de 2021, foram identificados em Portugal 64 257 casos de infeção por VIH, dos quais 23 399 atingiram o estádio de SIDA e ocorreram 15 555 óbitos.

Este relatório resulta de um trabalho de colaboração entre a DGS, o INSA, a SPMS, os hospitais e os seus profissionais, assente num processo de recuperação das notificações de novos casos de infeção VIH em atraso, na sequência de constrangimentos que marcaram a pandemia.

 

Clique aqui para ver o relatório “Infeção VIH e SIDA em Portugal – 2020 e 2021” na íntegra (PDF).

 



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