Quando o GPS se torna inútil…há sempre outras ajudas

Passando por baixo da l.inha do comboio e da A2, caminhando em linha reta

T2 E5 – Grândola>>Vale do Guizo

Sair de Grândola não foi fácil. Havia grandes obras na avenida Jorge Nunes que nos impediram de passar e tivemos que andar a improvisar por ruas, becos e azinhagas.

Passámos por baixo da linha do comboio e tivemos em atenção o aviso que estava no site Caminhos de Santiago Alentejo e Ribatejo, alertando para a alteração de itinerário à saída de Grândola (Aldeia do Futuro) e que deveríamos seguir as “setas amarelas”.

 

 

Portanto, GPS perfeitamente inútil, mas temos que agradecer ao José Louro as indicações e fotos que estão no site e nos permitiram fazer esta primeira parte do Caminho sem problemas.

Só voltámos a ter as indicações normais e o apoio GPS mais ou menos a meio do percurso, na fronteira entre Grândola e Alcácer do Sal. A diferença entre a versão antiga e esta nova foi que andámos mais um quilómetro, mas, como íamos andar 21, mais um, menos um, não faz diferença.

 

 

Se tivesse que resumir o percurso de hoje, seria simples: tudo retas a perder de vista, na primeira parte, um estradão com bom piso e sobreiros dum lado e pinheiros do outro, na segunda parte um estradão de areia, com pinheiros num lado e sobreiros no outro.

Para matar saudades de casa vimos passar o comboio para o Algarve (a passagem pedonal para atravessar a linha férrea é uma obra de arte) e passámos por cima da A2. Quando vamos de carro não nos apercebemos, mas quem vem andando no silêncio da natureza sofre um choque quando é confrontado com o barulho da autoestrada.

 

 

A maior dificuldade que fomos sentindo foi a extensão do percurso – vou dizer outra vez, foram 22 quilómetros – e a dificuldade de fazer metade dele em areia solta. Até usámos a passagem dum jipe para aproveitar caminhar por cima das marcas do rodado, onde a areia estava mais compacta. O que nos ajudou foi que o percurso não tinha subidas nem descidas.

 

 

Curiosidades: passámos por terra queimada (literalmente, havia fumo a sair de vários sítios), por vários quilómetros de viveiros de eucaliptos (com rede de rega e tudo!), com publicidade ao João Paulo e ao Zé Casaca num sobreiro (descortiçadores?), avisos de “Proibido colher cogumelos, espargos e outros produtos silvestres” (se os medronhos estavam nesta última categoria não fez diferença, hoje não houve medronheiros…), uma seta amarela num marco geodésico (não sei se isto é permitido), outra a ser comida por fungos (é a natureza a trabalhar) e quando vi uma melancia toda espatifada no caminho, lembrei-me da saga das melancias (isto é para irem voltar a ler a Temporada 1).

 

 

Ao chegar ao Vale do Guizo fomos muito mal recebidos por um cão que resolveu mostrar serviço e atacar a malta, mas o pau ferrado que me serve de bastão foi muito eficiente. E a Nossa Senhora do Monte, cuja igreja (séc. XVI) estava logo ali, deve ter dado uma ajuda.

Terminámos, como de costume, a repor líquidos, desta vez n’O Baracinha. Amanhã falamos dele.

Ah, é verdade. Estava previsto chover hoje. Não choveu.

 

 

 

 



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