Freguesia de Ferragudo lamenta visita da Ministra da Defesa Nacional sem avisar autarcas de Lagoa

Ministra vistou Ferragudo e Alfanzina, com autarcas de Portimão…mas esqueceu-se dos de Lagoa

A ministra e comitiva na lancha a caminho de Ferragudo – Foto: Câmara Municipal de Portimão

A ministra da Defesa Nacional esteve ontem nos concelhos de Portimão e de Lagoa, mas não deu conhecimento aos autarcas deste último município da sua visita, nem os convidou atempadamente para acompanhar a comitiva.

A denúncia desta situação foi feita esta manhã pelo presidente da Junta de Freguesia de Ferragudo, em carta enviada à Ministra da Defesa Nacional, à Direção Geral da Autoridade Marítima e ao Instituto de Socorros a Náufragos, missiva de que foi dado conhecimento à comunicação social.

A ministra Helena Carreiras esteve ontem no Algarve para as comemorações do Dia da Defesa Nacional, que começou às 10 horas com uma sessão com jovens residentes nos concelhos de Portimão, Lagos, Lagoa, Monchique e Silves, no auditório do Museu de Portimão.

Segundo o programa a que o Sul Informação teve acesso, mas não foi divulgado aos órgãos de comunicação social, pelos menos aos regionais, seguiu-se a visita ao Ponto de Apoio Naval (o cais da Marinha no Porto de Portimão), onde teve lugar uma demonstração do Dispositivo de Defesa Nacional (lancha e motas de água), o embarque na lancha salva-vidas para atravessar o Arade para Ferragudo e aí visitar a Estação do ISN, culminando com uma visita ao Farol de Alfanzina, também no concelho de Lagoa.

A visita da ministra foi acompanhada, inclusive nas suas deambulações pelo concelho de Lagoa, por Álvaro Bila, vice presidente da Câmara de Portimão, José Cardoso, vereador da mesma autarquia portimonense, bem como por Jorge Campos, chefe de gabinete de Isilda Gomes, entre outras individualidades.

Na sua carta de protesto, o presidente da Junta de Freguesia ferragudense salienta que «de acordo com a agenda, uma importante parte das comemorações decorreu na área territorial do Concelho de Lagoa e da Freguesia de Ferragudo, quer na sua zona marítima, quer na sua zona terrestre, quer na visita ao Instituto de Socorros a Náufragos de Ferragudo, quer na chegada e partida da comitiva da Sra. Ministra e dos restantes convidados», sem que disso tenha sido dado conhecimento quer à Câmara de Lagoa, quer à Junta de Freguesia desta vila ribeirinha.

Para mais, salienta Luís Alberto, por causa da visita da ministra às instalações da Estação Salva-Vidas de Ferragudo, foi ocupada «uma parte da zona ribeirinha da vila, com inconvenientes, quer para a atividade piscatória, quer para a atividade comercial da zona, sem que tenha sido dado conhecimento a qualquer das autarquias territorialmente responsáveis».

«Lamentamos que, numa visita a outro Concelho e Freguesia que não a de Portimão, não tenham sido avisados os autarcas do Município e da Freguesia», para mais quando foram eles que «em colaboração recíproca» e «em devido tempo, souberam interferir na necessidade de recuperação do edifício do ISN, na aquisição de uma viatura terrestre todo o terreno para o ISN ( integrada nas comemorações), bem como erguer um memorial em homenagem aos bravos homens que desde sempre souberam levar a bom porto a missão de salvar vidas, no Concelho de Lagoa», escreve também.

Luís Alberto acrescenta que «enquanto autarcas locais, sempre cumprimos com a boa educação, o protocolo e o respeito pelas outras entidades que gerem o território», considerando por isso «inconcebível» que, para uma visita de um representante do poder central, «não sejam convidados os autarcas dos territórios visitados, tanto mais que, neste caso, assistiu-se à visita de instalações no Concelho de Lagoa, Freguesia de Ferragudo, por autarcas de outro concelho [o de Portimão], sem que os do local, fossem convidados ou sequer avisados».

O presidente da Junta de Ferragudo termina dizendo que, sendo Portugal uma «democracia consolidada», assim como «as suas divisões territoriais», «casos desta índole» não deverão acontecer.

 

 



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