Festival juntou dezenas à volta de um órgão positivo na Igreja Matriz de Loulé

15.ª edição do Festival de Órgão termina no próximo fim de semana

Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

Um órgão positivo, feito por e propriedade de Dinarte Machado, dois violinos e uma voz soprano levaram dezenas de pessoas de várias gerações a aplaudir de pé mais um espetáculo do Festival de Órgão, que aconteceu este domingo, 20 de Novembro, na restaurada Igreja Matriz de Loulé. 

O concerto iniciou-se com Rui Soares numa peça para órgão solo, seguindo-se o salmo Laudate Pueri Domini, de Vivaldi, interpretado «na coloratura» da voz soprano por Fabiana Magalhães. Nas cordas, Mariña Bouso e Rogério Monteiro completaram o suporte harmónico protagonizado pelo Ensemble Mvsica Antiqva Porto. O concerto terminou com Aria Latina de Silva Leite e o Aleluia de Mozart.

O som do órgão de tubos, que a igreja (ainda) não tem, ecoou graças ao órgão positivo, um instrumento musical portátil. Foi a forma de trazer a Loulé e aos louletanos uma amostra do que se pretende que venha a ser o futuro órgão desta igreja.

«Loulé já tem projetado colocar, por cima da entrada da Igreja, um órgão, que sirva outro tipo de período musical e repertório, mas podemos dizer que este concerto acaba por ser um pontapé de saída, com um órgão mais pequeno, mas com uma sonoridade semelhante», realçou, em declarações ao Sul Informação, Patrícia Neto Martins, da Associação Cultural Música XXI, responsável pela organização deste Festival.

 

Patrícia Neto Martins, da Associação Cultural Música XXI. Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

 

Carlos Albino, da Associação Musical de Loulé Clave de Sul, frisou que parte da requalificação da Igreja Matriz desta cidade foi já feita a pensar na consolidação do coro para sustentar os 5000 quilos que pode pesar o órgão que ali venha a ser colocado. 

«Os louletanos nasceram com música. Aqui sempre se ouviu harpa e órgão, e é isso que queremos restaurar», disse ao Sul Informação, expressando o desejo de que venha breve o dia em que verá o órgão entrar neste local de culto.

 

Carlos Albino com os músicos da Ensemble Mvsica Antiqva Porto. Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

 

O concerto marcou uma das últimas iniciativas desta edição do Festival de Órgão que, segundo Patrícia Neto Martins, tem sido «um sucesso».

«Todo o Festival nos tem surpreendido pela positiva, especialmente as iniciativas nas Igrejas, que têm estado sempre preenchidas, e os workshops com muita procura. Tudo o que programámos para este ano, até as novidades, têm estado a correr muito bem», afirmou.

Para fechar a 15.ª edição do evento, o organista e musicólogo Joris Verdin dará dois concertos únicos, para órgão e harmónio.

Na sexta-feira, 25 de Novembro, na Igreja de Santiago de Tavira, será apresentada uma primeira parte sobre o tema “A era do Iluminismo em Portugal e na Bélgica com comentários de hoje”, com obras do século XVIII.

O harmónio soará na segunda parte do concerto, tendo como tema “A Era do Romantismo na Bélgica e na França”, interpretando obras já do século XIX.

Por seu lado, no sábado, 26, a Igreja da Sé em Faro será palco de um novo programa de concerto, também dividido entre obras para órgão e para harmónio. Na primeira parte, soarão compositores portugueses e belgas, intercalados por comentários pelo próprio Joris Verdin. As obras românticas interpretadas ao harmónio serão o destaque da segunda parte do concerto.

Os concertos são de entrada livre e não carecem de reserva prévia.

 

Fotos: Mariana Carriço | Sul Informação



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