Mais habitação, espaços verdes e comércio vão criar uma «nova centralidade» em Faro, que continua a apostar no crescimento para norte com a nova 3.ª circular, e os Planos de Urbanização da Penha, do Vale da Amoreira e de Pormenor do Sítio da Má Vontade e Pontes de Marchil.
Após a inauguração do primeiro troço desta nova circular, que incluiu a requalificação da Avenida 25 de Abril e a criação de uma nova rotunda junto à Estrada da Penha, foram apresentados os Planos Territoriais Municipais para esta zona, sendo o do Vale da Amoreira o mais avançado.
Aqui, o promotor começará ainda este ano com a urbanização, visto que «já tem terrenos vendidos para habitação e áreas comerciais», revelou Rogério Bacalhau, presidente da Câmara de Faro, durante a cerimónia de inauguração do primeiro troço da nova circular, que aconteceu no passado dia 28 de Outubro.
«Na próxima década, toda esta área será urbanizada e vamos ter aqui uma nova cidade, uma nova centralidade», continuou o autarca.
Sabe-se, para já, que, além da habitação, um Intermarché está previsto para aquela zona, criando assim vários novos postos de trabalho, bem como um espaço verde com cerca de 10 hectares.
«Eu sou do Algarve e tenho muito gosto de cá estar. Faro é, para mim, uma das cidades com maior potencial de todas as cidades portuguesas. Estamos a falar de um projeto ambicioso com cerca de 170 mil metros quadrados de construção com um parque com cerca de 10 hectares», frisou Paul Henri Schelfhout, representante do promotor do Plano do Vale das Amoreiras na cerimónia.
«Digo já que vamos ter o primeiro parque integrado de sequeiro a nível nacional. Nós não temos água, por isso temos de ter consciência do que se passa no nosso país e este parque vai ser o primeiro grande exemplo para usarmos espécies naturais do Algarve, integradas num parque urbano que pode estar ao uso da população», diz, explicando que serão usadas espécies como pinheiros, alfarrobeiras ou amendoeiras.
O Plano de Urbanização do Vale da Amoreira prevê assim habitação multifamiliar, habitação a custos controlados, uma área para atividades terciárias e um parque verde com cerca de 62 mil metros quadrados em solo urbano e 38 mil em solo rústico.
Questionado pelo Sul Informação sobre a data prevista para execução deste parque, Rogério Bacalhau diz que «não será para avançar já», mas garante que, estando planeado, «o promotor tem essa obrigação». «Não vamos fechar este processo enquanto esse parque não estiver pronto – e nós controlamos isso porque somos quem passa a licença», diz.
O outro Plano de Urbanização é o da Penha, em vigor desde 15 de Agosto de 2014 e alterado a 27 de Maio de 2021, que incluirá a criação de 940 novos fogos, 94 a custos controlados, duas residências universitárias e uma sénior.
Além disso, estão previstos empreendimentos turísticos, equipamentos sociais de proximidade e equipamentos integrados no Complexo Desportivo.
«Nos últimos anos, aumentámos a população em seis mil pessoas, cerca de 10%, e, entre 2015 e 2021, foram construídos 1000 fogos. Precisamos de continuar com este crescimento para dar sustentabilidade ao concelho. Temos muita capacidade de emprego, mas precisamos de habitação, porque somos confrontados com empresas ligadas às novas tecnologias que se querem instalar, mas têm dificuldade em encontrar habitação para os seus trabalhadores», frisou o autarca farense.
Estes projetos são, segundo o edil, «fruto do trabalho que passou, ao longo da última década, por reorganizar toda a zona a norte da 3.ª Circular em termos de planeamento, definindo o que cada promotor pode lá fazer».
Rogério Bacalhau revelou ainda que, dentro de cinco anos, se poderá contar com a 3.ª Circular terminada, o que «vai ser muito positivo para a mobilidade do concelho, para quem precisa de entrar ou sair da cidade e, acima de tudo, para quem vem viver e para as atividades que se vão estabelecer nesta zona».
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