Autarcas e Comissários Políticos do PAN Algarve demitem-se em bloco

«Não estão garantidas as mínimas condições para que possamos manter-nos na Comissão Política, recém eleita», defende Alexandre Pereira

A Lista A, vencedora do último ato eleitoral que elegeu a Comissão Política Distrital do PAN no Algarve, demitiu-se em conjunto do órgão. 

Entre os membros demissionários encontram-se todos os autarcas que cumprem atualmente mandato nas respetivas Assembleias municipais e de freguesia: Daniela Duarte e Ricardo Cândido, de Portimão, Ana Poeta, de Loulé, Paulo Baptista e Elza Cunha, de Faro, Alexandre Pereira, de Olhão, Maria João Sacadura, candidata por Lagos nas últimas autárquicas, César Valente, Mariana Oliveira e João Lelo.

Face às constantes irregularidades que marcaram todo o processo eleitoral, Alexandre Pereira refere que, «não estão garantidas as mínimas
condições para que possamos manter-nos na Comissão Política, recém eleita».

«Tendo em conta a instrumentalização e manipulação dos filiados e as inúmeras irregularidades cometidas por alguns elementos da lista B, o processo eleitoral foi tudo menos democrático e igualitário, com um claro aproveitamento da inoperância da direção do partido em impedir todos estes acontecimentos. Marcamos assim a nossa posição, face à gravidade dos acontecimentos. Somos eleitos para servir as causas do PAN e neste momento sentimos que há pessoas a servir-se do PAN para os seus objetivos pessoais e isso é inaceitável!», reforça Maria João Sacadura.

Os comissários, agora demissionários, apontam como razões para a renúncia ao mandato a utilização abusiva de informação privada dos filiados, em violação do Regulamento Geral de Proteção de Dados, para elaboração de lista e manipulação de propaganda, o uso indevido de canais oficiais de comunicação do partido e usurpação da função de comissários, arregimentamento de familiares de primeiro, segundo e terceiro grau e outros graus de parentesco com o fim único de aumentar o número de votos nas eleições, várias irregularidades administrativas como a não entrega da lista completa e devidamente preenchida e assinada, boicote aos eleitos locais, impedindo a adequada divulgação das suas atividades e intervenções, sendo que o trabalho interno se tornou hostil e insustentável.

 

 

De acordo com Elza Cunha «todas as situações foram reportadas à Comissão Política Nacional (CPN) e à Comissão Política Permanente do partido, bem como à Secretaria de Ação Jurídica e ao Conselho de Jurisdição Nacional, no caso das situações que constituem crime ao abrigo da Lei portuguesa e comunitária, nomeadamente, a utilização abusiva dos dados pessoais das filiadas e filiados do Algarve».

Em nota enviada à redação, o apoio e assessoria da equipa da “Lista A” refere que só após a última informação à imprensa, a direção do partido comunicou a instauração de uma comissão de inquérito para apurar os factos e assacar responsabilidades, mas ainda nada aconteceu.

«Apesar de tudo, iremos prosseguir o nosso trabalho autárquico com o apoio e assessoria da equipa da “Lista A”, cujos elementos demonstraram já uma imensa e consistente capacidade de trabalho, e incluem valências nas mais diversas áreas. Com brio e sentido de responsabilidade, continuaremos a dar voz à vontade legítima expressa pelos milhares de eleitores que depositaram em nós a sua confiança. Seguimos unidos na convicção que o PAN é muito mais do que isto», finalizou Paulo Baptista.



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