A partir de Janeiro próximo, o Algarve passa a contar com mais sete Equipas de Intervenção Permanente (EIP) – distribuídas por Albufeira, Aljezur, Lagoa, Silves, São Bartolomeu de Messines, Vila do Bispo e Faro – elevando o número para um total de 38 equipas, com 190 operacionais.
A assinatura dos protocolos para o reforço das equipas formadas por bombeiros profissionais que se caracterizam pela elevada especialização, com competências em valências diferenciadas para atuarem em diferentes cenários, decorreu esta terça-feira, 15 de Novembro, na base de Apoio Logístico do Algarve da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, em Quarteira. Contou com a presença do ministro da Administração Interna José Luís Carneiro, representantes da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, Câmaras Municipais e Associações Humanitárias de Bombeiros.
«Melhorar a eficiência da Proteção Civil e as condições de prevenção e socorro face a acidentes e catástrofes» é o principal objetivo deste reforço que, segundo o ministro, representa «um modelo de resposta tripartido que assenta na solução de progressiva profissionalização dos corpos de bombeiros».
«Estamos no Inverno a preparar o Verão e é assim que se deve trabalhar, prepararmos com antecedência aquilo que vai ser um Verão muito exigente, porque cada vez mais, por força das alterações climáticas, vamos ter Verões muito exigentes», disse José Luís Carneiro.
Durante a cerimónia, o ministro reforçou ainda que, desde 2017, Portugal evoluiu de «forma significativa» ao nível do domínio do «conhecimento, coordenação e meios» e que, este ano, «o Algarve foi a região do país cujos níveis de eficácia do combate aos incêndios foi mais capaz».
«Tivemos uma taxa de eficácia de 98%, ou seja, conseguimos debelar em 98% das situações os incêndios até aos 90 minutos e isso mostra a robustez e a capacidade de mobilização das forças e serviços que cooperam entre si para termos uma resposta mais capacitada», realçou.
Assim, a aposta nas EIP é para continuar. «Em 2016, tínhamos 169 equipas [de intervenção permanente, a nível nacional], este ano queremos alcançar o objetivo de 750 equipas, um total de 3750 operacionais», reforçou.
Apesar de os Municípios algarvios se mostrarem satisfeitos com este reforço, durante a cerimónia, Vítor Aleixo, autarca de Loulé, falou da necessidade de edificação do Centro de Formação Regional de Bombeiros, um projeto antigo que frisou ser de «grande significado para o Algarve e para o país».
Esta foi também uma questão realçada por Steven Piedade, presidente da Federação Regional dos Bombeiros, que mencionou ainda a necessidade de reforço do equipamento dos bombeiros. No âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência, foi apontado para o Algarve a aquisição de quatro veículos para intervenção em incêndios, um número que considera «manifestamente insuficiente».
Ainda assim, o ministro da Administração Interna realça que, desde 1980, não se investia tanto na distribuição de veículos a nível nacional.
Além disso, José Luís Carneiro frisou que o executivo prevê, no Orçamento de Estado para 2023, um aumento em 52 euros da remuneração de cada bombeiro integrado nas EIP.
Antes de terminar, o governante reforçou que o Algarve é «uma região muito importante para o nosso país». «Uma região heterogénea, com diversidade urbana, rural e florestal, que tem desafios muito significativos entre os quais o dos incêndios florestais», sendo este reforço das EIP feito «com convicção».
«Acreditamos num sistema nacional de Proteção Civil, para o qual todos têm vindo a contribuir, mas é muito importante que, quando olharmos para este sistema a dar resposta aos períodos de crise, todos sintamos que o sistema que está a responder e é um sistema do qual todos fazemos parte», rematou.
A cerimónia em Quarteira começou com uma demonstração de valências dos elementos da EIP.
Fotos: Mariana Carriço | Sul Informação
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