Albufeira ganha mais GIRO, que é amigo do ambiente

A rede de transportes urbanos de Albufeira vai aumentar e prestar um serviço mais completo, a partir de Dezembro

Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

«Mais serviços, conforto, sustentabilidade, atratividade e, acima de tudo, mais informação para o público». São estes os «pontos positivos» da renovada rede GIRO, os transportes urbanos de Albufeira, que vai ser lançada a 1 de Dezembro e vai chegar a mais locais, ter mais do dobro dos autocarros e contar com uma frota 100% elétrica.

O resumo do que será o “novo” GIRO foi feito ontem, terça-feira, pela técnica superior da Câmara albufeirense Suzana Gomez, numa sessão que decorreu em Albufeira.

A engenheira da autarquia explicou as vantagens que trará a concessão à Translagos dos transportes urbanos albufeirenses, uma empresa associada ao grupo que opera o VAMUS, a rede intermunicipal de transportes urbanos algarvias.

E a principal será o alargamento da rede.

«Neste momento, temos 5 linhas. O GIRO começou em 2004, com três circuitos. Mais tarde, acrescentámos mais uma linha e, em 2010, criámos a 5ª, para servir a estação da CP de Ferreiras. Agora, vamos ter 11 linhas. Com isto, o número de paragens vai aumentar das 135 atuais para um total de 218 e vamos passar de 496 lugares para 1331», resumiu.

«Teremos novas linhas para Olhos d’ Água e para a Rocha Baixinha, bem como para a Guia, que passa a ser servida por duas vias: uma que passa pelo Algarve Shopping e outra que passa pelas praias, nos Salgados e na Galé», acrescentou Suzana Gomes.

O GIRO também vai chegar à Malhada Velha, – «onde ainda não ia, apesar de já passar em Ferreiras» -, bem como às Fontaínhas e Patroves.

 

Suzana Gomes – Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

«Há percursos novos. Vamos passar a ir até à Guia e para lá das Açoteias. A mancha será muito maior do que agora, vamos estender a rede para a direita e para a esquerda e passar por sítios novos. Mesmo os circuitos já existentes vão ter novas paragens», ilustrou, por seu lado, José Carlos Rolo, presidente da Câmara de Albufeira.

Outra questão salientada pelo autarca é que o tarifário não será aumentado, com o objetivo «de apoiar a população», segundo José Carlos Rolo.

Ainda assim, vai passar a haver duas zonas distintas, uma correspondente ao centro da cidade e a boa parte do território que já é servido, e a outra à restante rede, com custos diferenciados.

No GIRO de Albufeira, desde 2012 que «não há aumento do tarifário», conforme a taxa de atualização tarifária que todos os anos é publicada, por opção do município, que desde 2013 abdicou de largos milhares de euros em receita, uma vez que este serviço era explorado diretamente pela Câmara.

«Há uma atualização que nunca foi feita, por se entender que era um benefício que se pretendia dar a todos os utilizadores», enquadrou, por outro lado, Suzana Gomes.

No entanto, com a concessão do serviço a uma entidade privada, essa atualização irá, naturalmente, ser feita.

Tendo isso em conta, a Câmara vai comparticipar em 45% os passes, ao longo do ano de 2023, o que permitirá que, por exemplo, na Zona 1, um utente pague 18 euros em vez de 31,90 euros por um título mensal normal (11 em vez de 19,45 nos casos dos seniores), e na Zona 2 pague 21,50 em vez de 41,45 euros, por um passe normal e 12,80 euros por um passe sénior, em vez de 25,30.

Além dos 223 mil euros destinados a esta comparticipação, no ano que vem vai-se manter o apoio de 150 mil euros para pagar os passes dos alunos das escolas do concelho.

Feitas as contas, o apoio dado pelo município, relacionado com o GIRO, desde 2013, ascende aos 875.214 euros.

 

José Carlos Rolo -Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

Quem também fica a ganhar com a mudança operada na rede de transportes urbanos de Albufeira é o ambiente.

«Vamos passar de dez autocarros a diesel para 23 totalmente elétricos, o que fará de Albufeira o primeiro concelho a nível nacional com transportes urbanos 100% elétricos, já em 2023», ilustrou Suzana Gomes.

Em algumas linhas, nomeadamente a que serve a estação de Ferreiras e as que vão às praias, também será possível transportar bicicletas.

Neste momento, «andam a circular cinco autocarros elétricos e, nos próximos meses, chegam os outros 18», ilustrou o presidente da Câmara de Albufeira.

A partir do momento em que estejam a circular os 23 veículos elétricos, «as nossas emissões vão passar a ser 10% das que temos atualmente», ou seja, vão diminuir 10 vezes.

Os transportes urbanos de Albufeira vão ser incluídos no site e na app do Vamus, uma plataforma regional, o que «vai tornar muito mais fácil saber quais são as paragens, a que horas é que os autocarros chegam a cada local, se o autocarro está longe ou não, se houve algum atraso, como podem carregar os passes, entre outras. Tudo isso será feito de forma mais fácil do que atualmente».

«Também teremos um novo sistema de bilhética, mais fácil, prático, rápido e inovador. Os bilhetes e passes podem ser comprados online, nas bilheteiras e nos EvaKiosk», resumiu Suzana Gomes.

 

Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

Todas estas informações vão ser prestadas aos utentes por um grupo de seis jovens, devidamente identificados, que vão tirar dúvidas a quem o solicitar neste arranque do serviço.

Por outro lado, as paragens, cujos abrigos e totens vão ser renovados, terão um QRCODE «que remeterá diretamente para o Google Maps, no local onde se encontra a paragem. Carregando em cima do ícone da paragem, será possível saber exatamente quanto tempo falta para o próximo autocarro chegar».

O contrato celebrado entre a Câmara de Albufeira e a Translagos tem uma duração de 10 anos e custará cerca de 1 milhão de euros por ano à autarquia. A empresa concessionária é, não só, responsável pela prestação do serviço de transporte, com os custos decorrentes, mas também passa a gerir o terminal e a ficar responsável pela manutenção dos abrigos, para além de fornecer os serviços de bilhética e de horários, entre outras atribuições.

 

Fotos: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

 

 



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