Do início da indústria conserveira algarvia à exportação, toda a história num novo livro

Livro “A Industria de conservas de Peixe do Algarve” foi lançado este sábado, 22 de Outubro

São 80 anos d’A Indústria de Conservas de Peixe do Algarve contados nas mais de 200 páginas que compõem o livro lançado este sábado, 22 de Outubro, no Museu de Portimão.

A obra de Joaquim Manuel Vieira Rodrigues é, no fundo, a tese de mestrado que o autor apresentou em Abril de 1997, clarificando algumas épocas consideradas importantes pela sua relevância na história desta indústria, que chegou a ser um dos principais motores da economia algarvia.

De acordo com o autor, o trabalho foi assim motivado também por uma razão de «índole pessoal, visto ser natural do Algarve e querer dar a conhecer aquilo que foi uma das grandes potencialidades económicas da região».

Foi, já não é, e o livro pretende assim mostrar, desde a segunda metade do século XIX até ao fim da II Guerra Mundial, as fases de «esplendor e decadência» que esta indústria atravessou, as suas potencialidades e alguns dos que contribuíram para a sua história.

Da descoberta do princípio da conservação dos alimentos à exportação de conservas de peixe, o livro divide-se em oito capítulos compostos por várias imagens e quadros informativos conseguidos a partir das longas pesquisas feitas sobretudo nos arquivos das empresas Júdice Fialho e Feu Hermanos, guardados no Centro de Documentação do Museu de Portimão.

 

 

A apresentação do livro esteve, aliás, a cargo de António Feu, antigo industrial conserveiro e atual presidente da Assembleia Geral do Grupo de Amigos do Museu de Portimão – Museu esse que foi construído nas instalações da antiga conserveira Feu Hermanos – que fez questão de recordar as horas e horas que trabalhou nesta fábrica.

«O fabrico de sardinhas em lata era, para nós, o mais importante. Tinham de ser sardinhas de muita qualidade, azeite de boa qualidade, e que fosse todo o processo bem enlatado», relembrou o industrial durante a cerimónia de apresentação do livro, que considera ser «muito interessante».

«Além de fabricar conservas, eu também gosto de consumir e, obviamente, que quando me disseram que ia haver um livro sobre as conservas de peixe no Algarve é evidente que isto é um livro que me suscita interessa», continuou.

 

 

António Feu lamentou também a forma como a indústria conserveira se foi degradando em Portugal.

«Chegámos a ter mais de 400 fábricas, hoje devemos ter cerca de 20, umas três no Algarve. Mas aqui, por exemplo, ficou este museu que é muito importante para que os portugueses de todas as gerações percebam e conheçam a história desta indústria que foi tão importante para a economia do país naquela altura. E o Algarve era, de facto, uma zona onde havia exportação significativa deste produto».

Por fim, o antigo dono da conserveira Feu Hermanos recomendou a leitura do livro que «vale a pena para perceber a dimensão da indústria» que hoje se tornou «pouco significativa».

O livro “A Indústria de Conservas de Peixe do Algarve”, de Joaquim Manuel Vieira Rodrigues, foi editado pela Arandis.

Na cerimónia de apresentação, foi ainda anunciado que, após a proposta lançada pelo deputado algarvio Luís Graça, subscrita pelos grupos parlamentares do PS e PSD, o dia 15 de Novembro passará a ser o Dia Nacional das Conservas de Peixe.

 



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