Artistas voltam a abrir os seus estúdios para receber o público em Faro

Quarta edição do Open Studios decorre entre 21 e 23 de Outubro

Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

Visitas guiadas, exibições, workshops, performances e uma atividade onde se pinta e bebe ao mesmo tempo fazem parte do programa da 4.ª edição do Open Studios Faro, que começa na sexta-feira, 21, e decorre até domingo, 23 de Outubro, ao centro da cidade e, pela primeira vez, noutras zonas do concelho. 

Mas se acha que é só em museus e galerias que vai poder usufruir do programa, engana-se. A essência do Open Studios é também levar a arte a sítios «menos convencionais» e convidar as pessoas a interagir mais de perto com todos os criadores.

«Todos os anos tentamos escolher espaços onde, por norma, o público não entra para esse fim. Por isso, procuramos alternativas e este ano a inauguração vai ser no Jardim Manuel Bivar. O que queremos é também envolver o máximo de público possível e fazer intervenções em espaços que não sejam só as galerias e estúdios – e assim entrar em contacto com muito mais pessoas», explica ao Sul Informação Toma Svazait, uma das mentoras do evento.

No ano em que o programa se alarga também a locais como Santa Bárbara de Nexe e Bordeira, as 17 iniciativas espalham-se por jardins, museus, galerias, associações e espaços de alojamento local (como o The Modernist e o Lemon Tree Stay).

«Além de usarmos esses espaços “pouco convencionais” a ideia do evento é também criar um roteiro pelos estúdios dos artistas. Estúdios esses que, normalmente, estão fechados porque é onde eles trabalham. Nestes dias, excecionalmente, abrem ao público fazendo com que as pessoas possam ver o espaço onde há a criação, falar com os artistas e, eventualmente, adquirir as peças de arte», continua Daniela Garcia, também ela mentora da iniciativa.

O evento realiza-se desde 2019 e, segundo as organizadoras, tem, desde o início, tido uma «ótima aceitação» por parte dos farenses (e não só).

Mas mesmo para quem já conhece o conceito, todos os anos há novos motivos para fazer parte deste percurso que começa logo na sexta-feira, 21, com uma visita das escolas aos estúdios.

Mais tarde, às 17h00, dá-se a inauguração oficial com a instalação “PORTAL X001”, do artista Xana, no Jardim Manuel Bivar, e às 18h30 há arte, música e vinho com Tom Leamon.

No sábado, 22, logo pela manhã, os estúdios abrem para que possam ser visitados até domingo, entre as 10h00 e as 13h00 e as 14h00 e as 18h00.

Apesar de os estúdios poderem ser visitados livremente, há um percurso guiado para quem preferir, cujas inscrições podem ser feitas através do e-mail [email protected].

Workshops também não faltam nesta edição. O primeiro, “Construção de um herbário em Cianotipia”, com Helena Lourenço, realiza-se às 10h00 de sábado, no IPDJ.

Às 10h30, o “Brincar a fazer arte com terracota”, com Hermínio Pinto da Silva, destina-se a crianças entre os 6 e 10 anos e realiza-se no estúdio na Avenida Repúblico Federal Alemã.

«A ideia é também trabalhar com público infantil ou familiar para que todos estejam envolvidos. Nesse sentido, fazemos todos os anos uma espécie de eventos à volta da criação e expressão que envolvem as crianças», refere Daniela Garcia.

Ainda no sábado há a inauguração da exposição “Saloon de variedades” de Albert Tannat, na GAMA RAMA.

 

Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

 

Às 18h00 a atividade “Drink & Paint”, com Inês Barracha, pretende «associar a criação artística a outros momentos mais informais da vida».

No domingo, 23, há cineclubinho com criação de Joana Rosa Bragança e às 10h30 a oficina para famílias “O voo da borboleta”. Às 11h00 volta a haver visita guiada com conversa sobre design nas artes e ofícios na herança cultural dinamizado pelo The Home Project Design Studio, desta vez no Museu Regional do Algarve, e às 15h00 decorrem as conversas “Educação e Arte” com Zulmira Oliva.

O programa termina às 17h00 com Leilão Solidário no Gimnásio Clube de Faro, em parceria com a Associação de Saúde Mental do Algarve.

«O objetivo é leiloar e vender as peças dos artistas integrantes do roteiro para lhes poder dar um retorno financeiro e, ao mesmo tempo, poder explorar este formato que é muito caro ao meio artístico, que é o de leiloar as peças», afirma Daniela, referindo que para o evento foi convidado um artista com formação na área do teatro para proporcionar «um momento lúdico de ligação com o público».

Na opinião de Daniela e Toma, há ainda um longo caminho a percorrer para que as pessoas se liguem mais às artes e artistas, mas «estamos no bom caminho».

«Este evento teve uma ótima aceitação deste o início também porque abre portas à curiosidade, mas sentimos que há cada vez mais pessoas a querer vir», salienta Toma.

«Os pais estão também cada vez mais despertos para esta realidade e procuram proporcionar experiências aos filhos nesse sentido. Por outro lado, temos também jovens que querem muito vir e pedem aos pais que os acompanhem no roteiro», remata Daniela.

Segundo as organizadoras, a ideia é todos os anos trazer novidades para que as pessoas se envolvam cada vez mais com a iniciativa e artistas.

Todas as atividades do programa são gratuitas, exceto os workshops, que custam 10 euros.

 



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