Algarve teve menos 72% da área ardida do que em 2021 e primou pela «eficácia»

Ministro da Administração Interna esteve em Faro para assistir ao balanço da operação Algarve Seguro de 2022

Menos 72% de área ardida, em relação a 2021, e «a maior taxa de eficácia no combate aos incêndios» do país marcaram mais uma “época alta” dos incêndios rurais no Algarve, revelou esta terça-feira José Luís Carneiro, ministro da Administração Interna, à margem de um balanço da operação Algarve Seguro 2022, que decorreu em Faro.

Segundo o membro do Governo, «98% dos incêndios que ocorreram este ano no Algarve foram controlados em menos de 90 minutos», ou seja, dentro da janela de ataque inicial.

Isto num universo de 209 incêndios, que causaram um total de 2075 hectares de área ardida

De todos os fogos que tiveram lugar, apenas dois atingiram grandes proporções, o de Gambelas (Faro), que lavrou de 12 a 14 de Julho, e o de São Marcos da Serra (Silves), que teve lugar nos dias 25 e 26 do mesmo mês.

 

José Luís Carneiro – Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

Só estas duas ocorrências foram responsáveis por «98,7% da área ardida no Algarve», segundo Vítor Vaz Pinto, comandante da autoridade regional de emergência e proteção civil.

Os dois incêndios, por terem ultrapassado os cem hectares de área afetada, «fazem parte de um conjunto de dez por cento dos fogos que aconteceram a nível nacional que estão a ser avaliados, para procurarmos compreender o que se passou, tendo em vista melhorar e aprender com eles», segundo o ministro.

Ainda no que toca ao balanço dos incêndios na região algarvia, feito por Vaz Pinto, houve «469 ocorrências, menos 30 do que em 2021», e «Julho foi o mês com mais ocorrências, mais incêndios e com mais área afetada».

«As principais causas de incêndio, no Algarve, são as queimas de sobrantes que se descontrolam, seguidas do incendiarismo», concluiu Vaz Pinto.

 

Vítor Vaz Pinto – Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

Na sessão, deram ainda o testemunho representantes da GNR e PSP, que fizeram um balanço positivo da operação de Verão, que consideraram «desafiante» pela forte procura turística e pela grande quantidade de eventos que tiveram lugar na região algarvia, bem como a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) e o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

O ministro salientou a cooperação que existiu entre o SEF e a PSP, no controlo de passageiros no Aeroporto de Faro, ao abrigo de um plano de contingência que permitiu que 2022 «tenha sido dos poucos anos em que conseguimos ultrapassar sérios constrangimentos que se vinham verificando».

Segundo Paulo Nicolau, diretor regional do SEF no Algarve, desde Janeiro foram controlados mais de 4 milhões de passageiros, cerca de 2 milhões dos quais entre Julho e Outubro.

No caso da ANSR, o diretor nacional desta entidade revelou que, no Algarve e entre os dias 1 de Julho e 31 de Agosto, se registou uma redução de 9,5% no número de acidentes, em relação ao mesmo período de 2019.

Também as vítimas, que se dividem em feridos graves e mortos, baixaram em 15,5%, em igual período.

De resto, salientou José Luís Carneiro, «os dados de todas as forças e serviços de segurança mostram que houve uma grande eficácia e eficiência no uso dos meios».

 

 



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