Mesmo sem fumo, Vítor Aleixo quer ver cancelada a licença de “lixeira” que ardeu

Fumo tóxico já foi extinto, embora a combustão possa manter-se, sem ser à superfície

«Atendendo a que esta não é a primeira vez que esta situação acontece nesta unidade e que se trata de um perigo para a saúde pública, acho que a licença de atividade da empresa devia ser cancelada», afirmou Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé, em declarações ao Sul Informação.

O fumo tóxico que estava ser libertado de um fogo lento que lavrou durante mais de um mês numa central de gestão de resíduos em Vale da Venda, em Loulé, já está extinto, mas nem por isso as entidades dão o caso como encerrado.

Contactado pelo Sul Informação, José Apolinário, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, deu conta de que «o incêndio já não está a deitar fumo», embora «não haja garantias de que não exista ainda alguma combustão», sem ser à superfície.

Vítor Aleixo deu a mesma garantia: «podemos dizer que o incêndio já não está a deitar fumo. Poderá, eventualmente, haver alguma combustão, mas não sabemos, porque foi utilizada areia para tapar».

Os proprietários da empresa começaram a atacar o fogo e a procurar extingui-lo no seguimento de um ofício emanado pela Autoridade de Saúde Regional, que exigia a extinção do incêndio, devido aos elevados valores de partículas em suspensão e benzeno detetados no ar, que podem causar graves problemas de saúde, incluindo cancro e doenças respiratórias.

«Neste momento, a situação não inspira preocupação. Isto foi possível graças a uma ação bem concertada entre a Câmara, a CCDR, a Saúde Pública e a Agência Portuguesa do Ambiente, que colocou uma grande pressão sobre os proprietários da Inertegarve, para que agissem», afirmou Vítor Aleixo.

Entretanto, o município já promoveu a prometida nova fiscalização às instalações da empresa, que envolveu uma equipa multidisciplinar da Câmara Municipal de Loulé, mas também entidades externas, nomeadamente a CCDR, a Proteção Civil, a APA e a Autoridade de Saúde Regional, «para apurar se há lugar à aplicação, por parte da autarquia, de algumas coimas».

«O relatório ainda não foi produzido, pelo que ainda não sei se poderá haver lugar a coimas», revelou ao nosso jornal o edil louletano.

Do lado da entidade licenciadora e fiscalizadora, a CCDR Algarve, José Apolinário diz apenas que esta entidade «está a acompanhar de perto o tema e a avaliar os procedimentos e as consequências que este fogo poderá acarretar», para os donos da empresa.

Já Vítor Aleixo não tem dúvida que, «tendo em conta o histórico da central de gestão de resíduos», esta devia ser proibida de funcionar.

 



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