Aljezur, Lagos e Vila do Bispo recusam-se a aumentar o preço da água

Municípios algarvios dizem não entender porque estão na lista de municípios abastecidos por sistemas críticos

Não haverá «qualquer aumento de tarifa» dos utilizadores domésticos de água dos concelhos de Aljezur, Lagos e Vila do Bispo, anunciaram hoje, sexta-feira, os três municípios.

Num comunicado conjunto, sob a insígnia da associação Terras do Infante, que junta as Câmaras de Aljezur, Lagos e Vila do Bispo, as autarquias tornaram pública a sua decisão de não aumentar o preço da água, conforme foi recomendado pelo Governo, por consideraram que isso «só agravaria o custo de vida de cada agregado familiar».

Ontem, quinta-feira, dia 25, tanto o presidente da Câmara de Aljezur, como o vice-presidente do município de Lagos já se tinham mostrado pouco dispostos a acatar a recomendação feita pelos ministros do Ambiente e da Agricultura, após mais uma reunião da Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento da Seca.

Hoje, e já depois de uma reunião entre os três executivos, o conselho diretivo da Terras do Infante não só dá conta da recusa em aumentar o preço da água para os grandes consumidores (acima do 3º escalão, ou seja, dos 15m3 mensais), como dizem não entender «como foi possível ao Governo fazer constar os municípios de Aljezur, Lagos e Vila do Bispo numa lista de 43 municípios abastecidos por sistemas críticos».

«Relembramos ao Governo que estes três concelhos integram o Sistema Multimunicipal de Abastecimento da empresa Águas do Algarve que serve toda a região como um sistema único para os seus 16 concelhos», lê-se no comunicado, assinado por Hugo Pereira, presidente da Câmara de Lagos que também preside à Terras do Infante.

«Consideramos que a problemática em causa não se trata, mitiga ou resolve com medidas avulsas e desgarradas, mas sim de forma integrada, séria e responsável na esfera nacional», acrescentam.

No território da Terras do Infante, dizem, esse trabalho já começou.

«Há muito que os municípios de Aljezur, Lagos e Vila do Bispo tomaram medidas diversas, do conhecimento das suas populações, por forma a mitigar os efeitos da seca hidrológica nos seus concelhos, na região e no país, de resto, com resultados positivos», ilustram.

«Porque todo o país apresenta um cenário de seca severa ou extrema, é importante que cada um de nós promova cada vez mais o uso racional deste bem escasso que é de todos», concluem os três municípios.

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