Algarve é um «bom exemplo» a «replicar para o país», diz secretária de Estado da Cultura

Isabel Cordeiro visitou Lagos no âmbito da jornada de trabalho «Algarve: Investimentos com Fundos Europeus na Cultura e Património Cultural»

Isabel Cordeiro com José Apolinário e Adriana Nogueira. Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

«A aposta da CCDR Algarve e das instituições associadas na requalificação e valorização do património surtiu num bom efeito na afirmação do Algarve como o destino cultural de referência. Ao mesmo tempo, também construiu padrões de qualidade e de excelência que são referências para o país. Os bons exemplos que temos aqui são de replicar para o país», afirmou a secretária de Estado da Cultura. 

Isabel Cordeiro esteve no Museu de Lagos na passada quinta-feira, 28 de Julho, no âmbito da jornada de trabalho «Algarve: Investimentos com Fundos Europeus na Cultura e Património Cultural», promovida pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, em parceria com a Direção Regional de Cultura e o Município de Lagos.

De acordo com a secretária de Estado, «são muitos os fundos de financiamento europeu para a cultura» e, no Algarve, «têm conseguido rentabilizar ao máximo os programas disponíveis».

«O Algarve tornou-se uma referência nacional, uma espécie de manual de boas práticas, no que diz respeito ao aproveitamento dos fundos europeus na área da cultura, requalificando património – material e imaterial –, o que tem, necessariamente, impacto na economia regional e nacional e na vida das populações residentes», disse ainda a secretária de Estado.

A afirmação de Isabel Cordeiro vai ao encontro do que tem vindo a ser dito por José Apolinário. Para o presidente da CCDR Algarve, «apostar na requalificação e modernização do Património Cultural, construindo narrativas autênticas e atrativas, a par com uma programação consistente e com variável geográfica das indústrias criativas, permite, não só, melhorar de forma substancial a vida da população residente, mas também requalificar o Turismo, garantindo visitantes durante todo o ano. Conquistando novos turistas que, para além do Sol e Mar, aqui encontram outros motivos de interesse».

Durante a iniciativa realizada no Museu de Lagos, que o Sul Informação acompanhou, José Apolinário realçou ainda o porquê da atribuição do nome “Algarve Faz Bem”.

«No Algarve, nós queremos utilizar bem os fundos europeus e consideramos que o investimento no património em locais de interesse cultural é um exemplo de boa atribuição dos fundos europeus. Há muito a ideia de que no Algarve se faz pouco e, por isso, quisemos mostrar que o Algarve faz – e faz bem».

Apesar de referir a importância do turismo para o Algarve, realça que a cultura é também cada vez mais um ponto de atração para o turismo.

Isabel Cordeiro acrescenta que o turismo e a cultura andam de «mãos dadas». «O setor do turismo é caro a este território, está no seu ADN e é também património deste território e, julgo eu, não devemos ter qualquer espécie de dificuldade em afirmar que o trabalho é complementar e que temos de caminhar de mãos dadas», disse.

Para a secretária de Estado da Cultura, «o Algarve é um excelente exemplo de autenticidade do seu património cultural», disse, realçando os Museus de Lagos e de Portimão como dois deles.

 

Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

 

O Museu de Lagos, cuja requalificação foi apoiada pelo Algarve 2020, foi o local escolhido para acolher esta sessão onde se partilhou o resultado de um conjunto de projetos aprovados no âmbito deste programa operacional, que, no total, permitiu um investimento de cerca de 53 milhões de euros, com 47 operações, no eixo Património Natural e Cultural.

Durante a apresentação, Hugo Pereira, presidente da Câmara Municipal, afirmou estar «muito contente» por a escolha ter sido Lagos. «É um dos grandes prémios daquilo que é o reconhecimento do trabalho que tem sido feito nos últimos anos», disse.

O objetivo com esta requalificação foi, segundo o autarca, fazer com que as pessoas deixassem de visitar só a igreja, mas que «venham ao museu no qual a Igreja está incluída». «O que queremos fazer é valorizar a história» continuou.

As declarações de Hugo Pereira foram ainda ao encontro do que já havia sido defendido por José Apolinário.

«Há muito a ideia de que aqui, no Algarve, não se faz nada e de que estamos sempre virados para o sol. Na verdade, estamos virados para o sol, mas preocupados em servir e servir cada vez melhor. A região tem demonstrado que é sol e praia, mas tem muito mais do que isso e que essa associação está ultrapassada», rematou.

 

Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

 

No total do programa CRESC Algarve 2020, até 30 de Junho, estavam executados cerca de 205,7 milhões de euros (64,54%) dos 1.555 projetos aprovados, alavancando um total de cerca de 610 milhões de euros de investimento elegível.

Além da secretária de Estado da Cultura, do presidente da CCDR Algarve, do presidente da Câmara de Lagos, e da secretária de Estado do Desenvolvimento Regional (por mensagem em vídeo), o painel contou ainda com as intervenções de Adriana Nogueira, diretora regional da Cultura, e João Fernandes, presidente do Turismo do Algarve.

Na sessão de trabalho, foram apresentados o projeto dos Banhos Islâmicos e Casa Senhorial dos Barretos (Loulé), o projeto do Revelim e Castelo (Castro Marim), da Sé (Silves), de requalificação do Cine-Teatro António Pinheiro (Tavira), dos Monumentos Megalíticos de Alcalar (Portimão) e o Projeto Bezaranha, Cultura em Rede, da responsabilidade da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL).

 

 



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