Os 30 ventiladores comprados pelo Algarve Biomedical Center (ABC) já foram arranjados e estão aptos a funcionar. A AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve, que pagou os equipamentos, veio hoje a público agradecer este desfecho a Nuno Marques, presidente do ABC, que ainda há semanas esteve envolvido numa polémica com o Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) sobre a responsabilidade de quem comprou os equipamentos avariados.
Adquiridos em 2020, estes ventiladores nunca chegaram a funcionar.
A compra foi feita pelo ABC, com dinheiro da AMAL, e o objetivo de doar os equipamentos ao CHUA. Só que o facto de os ventiladores estarem avariados desde cedo levantou polémica.
Há cerca de ano e meio, Nuno Marques, presidente do ABC, prestou declarações públicas acerca do caso, dizendo que o reembolso dos 1,3 milhões de euros [pagos ao fornecedor chinês] devia ser pedido pelo CHUA porque este era o «legítimo dono dos equipamentos».
Nuno Marques garantiu que a fatura, apesar de emitida em nome do ABC, estava na posse do CHUA desde a doação.
Só que o CHUA teve um entendimento diferente do caso.
Nessa altura, em declarações à Agência Lusa, Paulo Neves, vogal do Conselho de Administração, considerou que o reembolso devia ser pedido… pelo ABC porque «quem negociou, conhece o fabricante, o intermediário e lhes pagou» é que tem a obrigação de «executar as garantias se aquilo que comprou estiver deficiente».
Esta troca de acusações levou mesmo o CHUA a colocar Nuno Marques em tribunal, tal como o Sul Informação revelou em primeira mão. O caso originou muita polémica.
A AMAL manteve-se sempre calada, mas esta sexta-feira, 1 de Julho, enviou uma nota às redações em que dá conta de que os ventiladores…já estão no Algarve.
No último parágrafo, António Pina, presidente da AMAL, faz questão de sublinhar o «papel decisivo» tanto do embaixador de Portugal em Pequim José Augusto Duarte, como de Nuno Marques para este desfecho. Para o CHUA, nem uma palavra.
Por enquanto, os aparelhos encontram-se guardados na Base de Apoio Logístico do Algarve, em Quarteira.
Segundo a AMAL – e tal como o nosso jornal já tinha revelado – as deficiências dos ventiladores estavam relacionadas «com o software e com diferenças nas especificações».
«Depois de contactos realizados com o fornecedor, na China, os equipamentos foram alterados e já sujeitos a testes por parte do Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH), o organismo do Ministério da Saúde que deu parecer positivo à sua utilização», conclui o comunicado da AMAL.
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