Monchique volta a receber campanha arqueológica no Cerro do Castelo de Alferce

Campanha decorre até 2 de Setembro

Escavações arqueológicas no cerro do Castelo de Alferce – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação (arquivo)

O sítio arqueológico do Cerro do Castelo de Alferce, em Monchique, recebe mais uma campanha arqueológica, até 2 de Setembro, no âmbito do Projeto de Investigação Plurianual em Arqueologia intitulado “Da Pré-história Recente ao Medieval Islâmico: antigas ocupações humanas no Cerro do Castelo de Alferce”.

O projeto de investigação, promovido pela Câmara de Monchique, está em vigor desde 2020, em parceria com as Universidades do Algarve e de Évora e o Campo Arqueológico de Mértola, e o apoio da Junta de Freguesia de Alferce e da Associação Arqueológica do Algarve.

O sítio arqueológico ocupa uma elevação rochosa com 487 metros de altitude máxima, localizada no extremo oriental do maciço sienítico da serra de Monchique, e é formado por três recintos fortificados, tendo o maior uma área intramuros com aproximadamente nove hectares.

Além da ocupação islâmica-omíada (séculos IX-XI d.C.) o cerro contém vestígios arqueológicos enquadráveis na Pré-História Recente, nomeadamente na Idade do Bronze (II milénio a.C.).

 

Escavações arqueológicas no cerro do Castelo de Alferce – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação (arquivo)

«Considerando os resultados das duas campanhas arqueológicas já realizadas, pretende-se continuar a investigar o espaço localizado entre os tramos de muralha oeste dos dois recintos fortificados existentes no topo do cerro – área que encerra muitos vestígios arqueológicos», frisa a Câmara Municipal de Monchique em nota de imprensa.

 

Além disso, continuará ainda a ser investigada a área da antiga entrada para o recinto fortificado superior, bem como a designada “plataforma pré-histórica”.

«Por outro lado, continuar-se-á a incidir na limpeza do terreno na área definida pelos dois recintos fortificados que coroam o cerro, sobretudo através da remoção das pedras que se encontram dispersas pelo solo, prevendo-se, ainda, a realização de um levantamento microtopográfico do terreno», continua a autarquia.

Esta campanha contará com a presença de estudantes e investigadores de diferentes instituições de ensino superior, relacionados com as áreas de arqueologia, zooarqueologia e património cultural.

Vai ainda ser promovido o habitual “dia aberto” à população, no final do mês de Agosto, em data a anunciar.

Quase seis hectares do sítio arqueológico do Castelo de Alferce pertencem, desde Setembro passado, à Câmara Municipal de Monchique, que os comprou ao anterior proprietário, Diamantino Augusto.

São 59.120 metros quadrados de terras no alto do cerro onde se situam as ruínas da estrutura fortificada, no sítio da Portela da Pedra Branca, que, além de vestígios arqueológicos, tem ainda muitos sobreiros, alguns eucaliptos e outras árvores. O terreno custou 25 mil euros, valor apurado após avaliação oficial.

 



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