Loulé quer implementar plano de sustentabilidade para o Festival MED 2023

Um sistema de medição da pegada ecológica para aferir o impacto do evento no ambiente é uma das medidas

A Câmara Municipal de Loulé já se encontra a pensar em estratégias para o Festival MED 2023 e uma delas é reforçar esta visão com um Plano de Sustentabilidade que, entre outras ações, integre um sistema de medição da pegada ecológica para aferir o impacto do evento no ambiente.

A vontade surge depois de, nas últimas edições, a autarquia ter já introduzido várias medidas ambientais, como a utilização de copos reutilizáveis – que «só na primeira edição, em 2014, permitiu poupar uma tonelada de plástico descartável por noite» – bebedouros espalhados pelo recinto para evitar o uso de garrafas de plástico, a implantação de “papa-chicletes” e dispensadores para beatas, entre outros.

Para o próximo ano, à semelhança do que já acontece noutras iniciativas do género, como o Rock in Rio, a Câmara Municipal de Loulé pretende «fazer o cálculo/estimativa das emissões de gases com efeito de estufa resultantes da realização do festival e, posteriormente, compensá-las, por forma a obter a certificação como evento “Neutro em Carbono”».

«Este constituirá um dos grandes desafios para o ano de 2023, durante a 19ª edição do evento, que contribuirá também para a prossecução das metas para 2030 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável», frisa a autarquia em nota de imprensa.

Além das iniciativas já mencionadas, em 2017 o Festival MED recebeu também a atribuição do “selo verde” do Fundo Ambiental para a vertente da Energia, que permitiu introduzir painéis fotovoltaicos na zona da restauração, levando a uma redução de cerca de 70% na energia elétrica, e incluiu o projeto “Zero Desperdício”, com a presença da Associação Refood.

Este ano foi ainda criada uma novidade que teve que ver com a introdução de algumas peças e mobiliário feitas a partir de materiais reciclados.

No âmbito do projeto Infinity, nove artistas do Loulé Design Lab foram a desafiados a produzir estes elementos a partir de resíduos, que ganharam vida em espaços como o Palco Hammam ou na área do Cinema MED. Pufs criados a partir de caixas de cartão, candeeiros e mesas concebidas a partir de garrafas de plástico são alguns exemplos destas obras de arte feitas com materiais sustentáveis.

Na tertúlia realizada pela Câmara Municipal de Loulé para debater as estratégias para o próximo MED, participou também a jornalistas da TVI e CNN Catarina Canelas, autora da reportagem “Plástico: O Novo Continente”.

«O mundo está na linha vermelha e o MED quer o Planeta mais verde», considerou, referindo que a educação é a chave e o ponto de partida para que haja uma alteração dos comportamentos, assente na necessidade de passar a Ciência à comunidade, através de uma «informação credível, com rigor e transmitida de uma forma simples».

Outro contributo foi o de Viviane, a cantora algarvia que tem sido uma voz também nas questões ambientais. A artista falou da evolução que a temática da sustentabilidade tem tido no mundo dos espetáculos ao longo dos cerca de 30 anos de carreira. «Os meios de divulgação eram outros, com muitos cartazes, flyers, etc.. Hoje em dia toda a promoção é feita de uma forma mais clean», referiu.

 



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