Já há placas pela Ria Formosa a alertar para a conservação do cavalo-marinho

Iniciativa do CCMAR, ICNF e Almancil International Rotary Club foi lançada esta quarta-feira, 27 de Julho

Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

Não apanhar nem tocar nos cavalos-marinhos, evitar fundear barcos em cima de pradarias de ervas marinhas e não navegar em zonas de refúgio são algumas das medidas de proteção dos cavalos-marinhos que já circulam pela Ria Formosa. 

A campanha promovida pelo Centro de Ciências do Mar do Algarve (CCMAR), pelo Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) e pelo Almancil International Rotary Club (AIRC) arrancou na quarta-feira, 27 de Julho, com a colocação das primeiras placas no Cais de Olhão. 

«Uma das nossas lutas e dos nossos objetivos é promover a defesa e a proteção desta espécie. Isto é uma zona de passagem, onde existe um conjunto grande de pessoas que se dirige à praia e são essas pessoas que podem, de alguma forma, prejudicar, mas também defender. Por isso, temos de as sensibilizar», diz ao Sul Informação João Evaristo, vereador do Ambiente da Câmara Municipal de Olhão.

«Esta é uma preocupação da Câmara há vários anos», continua, agradecendo ao Rotary Club de Almancil a iniciativa. 

Rita Costa Abecasis, do CCMAR, relança ainda a importância de pôr a campanha em prática nesta altura do ano.

«Aqui, no Algarve e na Ria Formosa, falamos muito dos cavalos-marinhos e fazemos muitas campanhas de sensibilização com escolas, mas a importância de ser uma campanha balnear está muito relacionada com a quantidade de visitantes que não são de cá e que não têm noção daquilo que é o cavalo-marinho: não sabem como proteger nem as necessidades de conservação», afirma a responsável de comunicação do CCMAR.

Para Rita Abecasis é também de salientar a preocupação da comunidade do Rotary Club de Almancil com esta questão. 

«Termos pessoas de todo o mundo a financiar a nossa investigação e a ajudar a sinalizar a zona de refúgio dos cavalos-marinhos é muito positivo. Mostra o reconhecimento internacional daquilo que estamos a fazer», continua.

 

Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

 

Klaus Ukens, membro do Rotary Club, salienta que «a comunicação é muito importante porque, se as pessoas não estiverem informadas, não sabem o risco das suas ações».

«Em 15 anos, a população de cavalos-marinhos na Ria Formosa diminuiu mais de 90% e é importante alertar as pessoas para isso», diz Klaus, a viver há quase quatro anos no Algarve e membro do Rotary desde 2020. 

«Nesse ano, eu e outros membros visitámos o CCMAR e percebemos que este é um problema, mas também uma oportunidade para nós ajudarmos», conta ao Sul Informação, referindo que durante a pandemia, aproveitou para contactar pessoas fora do país que também quiserem ajudar no financiamento.

Ana Margarida Magalhães, diretora do departamento de Conservação da Natureza do ICNF/Algarve, salienta o «sistema único» que é a Ria Formosa.

«A Ria Formosa tem uma resiliência muito importante a todas as atividades humanas, mas de facto nós temos de estar atentos. Aquilo que vemos é que temos de antecipar alguns cuidados relativamente ao habitat que pode ser posto em causa por várias questões», afirma.

«Este ano promete muitas visitas à Ria Formosa, por isso achámos essencial lançar esta iniciativa nesta altura», remata Ana Margarida Magalhães.

 

Fotos: Mariana Carriço | Sul Informação

 

 



Comentários

pub