Diretora Clínica do CMRF Sul demite-se após dois meses no cargo

Associação de cidadãos com deficiência, seus cuidadores e amigos acusa CHUA de uma «gestão danosa»

Foto: Fabiana Saboya | Sul Informação

O Centro de Medicina Física e Reabilitação do Sul (CMRF Sul) está atualmente sem diretora clínica, revelou a Associação Movimento Determinante (Associação de cidadãos com deficiência, seus cuidadores e amigos) este domingo, 3 de Julho. 

Segundo a Associação, Arminda Lopes, no cargo há dois meses, demitiu-se após o Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) não ter cumprido as condições acordadas.

«Algumas das condições era o CHUA não abrir camas sem a autorização da diretora, mas eles abriram dez camas na semana passada e comunicaram já com as pessoas a irem para o centro. Além disso, querem fisioterapia aos sábado sem contratar mais terapeutas», explicou a Associação ao Sul Informação quando questionada sobre os motivos que levaram à demissão de Arminda Lopes – que já tinha estado no cargo.

«Uma gestão danosa com várias promessas não cumpridas, em que os principais prejudicados são sempre os mesmos, os utentes que dele necessitam. Há muito tempo que os problemas persistem no CMRF Sul, com a falta de recursos humanos e materiais, a baixa ocupação a nível de internamento de utentes a quem o Centro se destina, a elevada lista de espera, o constante depósito de doentes do Hospital de Faro neste Centro, assim como o longo atraso (em alguns casos ultrapassando os dois anos) na entrega de ajudas técnicas e materiais de apoio», refere o Movimento Determinante em nota enviada à redação.

Na mesma nota, a Associação de cidadãos com deficiência, seus cuidadores e amigos frisa que, segundo o que apurou junto de utentes e colaboradores do CMRF Sul, «Arminda Lopes estava a desempenhar as suas funções de forma exemplar e o CMRF Sul começou a apresentar melhorias significativas no seu funcionamento».

«Era com grandes expectativas que esperávamos que o Centro voltasse a prestar o serviço de excelência, que, em tempos, o caracterizou. Mas não só ficou sem Diretora Clínica, como voltou a servir de depósito de doentes do Hospital de Faro, em detrimento dos utentes para o qual foi concebido», acusa o Movimento.

O Sul Informação contactou o CHUA para tentar obter esclarecimentos quanto a esta situação, mas até à hora de publicação deste artigo não recebeu qualquer resposta.

Na nota enviada à redação, a Associação Movimento Determinante diz ainda ter enviado, no 17 de Junho, um email ao Conselho de Administração do CHUA, a «demonstrar preocupação e a pedir respostas», mas até agora ainda não foram contactados.

«Somos uma associação de defesa e apoio das pessoas portadoras de deficiência, seus cuidadores e amigos, com experiência própria sobre as consequências da falta de intervenção médica e técnica na altura adequada. Defender o bom funcionamento do CMRF Sul é defender a dignidade de quem dele necessita», rematam.

 



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