Uma correria de carros, de pessoas e muita preocupação nos rostos. A Quinta do Lago está a viver uma manhã de grande inquietação, a contas com um incêndio que já obrigou a retirar 70 pessoas de casa e que cobre esta localidade do concelho de Loulé de um denso manto de fumo.
Seja no Ludo ou na zona de São Lourenço, o cenário repete-se: estradas cortadas, pessoas à beira da estrada e a GNR a controlar entradas e saídas.
Junto à rotunda 5, na Avenida André Jordan, David Bickerton está num corrupio de telefonemas.
«Tenho a minha mulher ainda em casa e estou à espera da evacuação», diz ao Sul Informação.
O inglês mora há dois anos na Quinta do Lago e viu a sua casa ameaçada pelas chamas. Tudo aconteceu «de repente», explica, sem esconder o nervosismo.
«De manhã, estava tudo bem. Mas, de um momento para o outro, começaram o fumo e as chamas», conta.
O britânico não esconde o medo: «é uma situação muito complicada – arrisco dizer que a mais preocupante que já vivemos desde que estamos em Portugal».
Perto de David Bickerton, está Rogério Pires.
O trabalhador, que estava numa obra da Infraquinta, também foi surpreendido pelo avanço das chamas. Aliás, a própria sede da Infraquinta foi evacuada.
Fotos: Pedro Lemos | Sul Informação
«Quando viemos de manhã, ainda começámos a trabalhar, mas vimo-nos obrigados a ir embora», conta, com um colega ao lado.
Todo o material de trabalho foi deixado para trás. «Ficou lá tudo: máquinas, etc», relata ao nosso jornal.
Enquanto falamos, vão passando carros e carros junto a esta rotunda.
No caminho até ao centro da Quinta do Lago, é grande a fila – muita gente a fugir do medo que este fogo está a provocar.
Neste momento, o incêndio está a ser combatido por 299 operacionais, 109 veículos e um meio aéreo. Os restantes meios aéreos foram desviados para o incêndio que entretanto começou em Monchique.
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