80% do perímetro do incêndio de Gambelas/Quinta do Lago e Trafal está dominado, anunciou Richard Marques, comandante das operações de socorro, num ponto de situação realizado há momentos. Ainda assim, espera-se um «agravamento» do vento, que perspetiva um «quadro meteorológico severo» para as próximas horas.
Em declarações aos jornalistas, Richard Marques disse que há ainda «20% do perímetro», que já leva 27 quilómetros, a «inspirar preocupação».
Trata-se da zona do Laranjal, na Quinta do Lago, e de Valverde, «que precisa de uma intervenção incisiva que está a merecer toda a atenção».
Segundo Richard Marques, espera-se um «agravamento das condições» para as próximas horas.
«Vamos ter ventos próximos dos 30 quilómetros por hora e baixa humidade. Serão as mesmas condições que já tivemos no passado – um quadro meteorológico bastante severo», explicou.
Nas próximas horas, está mesmo previsto um «agravamento do vento», o que é um «desafio».
«Nós sabemos, e por isso é que o dispositivo se manterá no terreno, que teremos reativações, mas, com os meios, podemos rapidamente debelá-las e é aí que concentramos o esforço».
É também por isso que o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) decidiu agravar o aviso de laranja para vermelho no Algarve. Aliás, neste momento todo o território de Portugal Continental está sob aviso vermelho.
Ainda assim, Richard Marques garantiu que a Proteção Civil tem «todos os meios e recursos necessários nestes dois pontos quentes para debelar o incêndio».
Em relação às causas do fogo, que deflagrou na noite de ontem, dia 12, em Gambelas (Faro), mas se alastrou ao concelho de Loulé, o comandante das operações de socorro disse que a GNR está a «tomar as diligências necessárias».
«As causas do incêndio não são aquilo que, neste momento, nos preocupa: o que nos preocupa é resolver este problema e recuperar a normalidade da situação. Mas não deixa de ser uma responsabilidade da GNR, que está no terreno, e está a tomar as diligencias necessárias para que possa investigar as causas e, em momento oportuno, dará nota daquilo que é a situação em si», disse.
Este foi, nas palavras de Richard Marques, um fogo caracterizado por «muitas projeções», com «vento forte e rajadas».
Questionado sobre se o incêndio de Monchique, que deflagrou ao início da tarde, mas acabou por ser dominado cerca de uma hora depois, veio complicar o teatro de operações na Quinta do Lago, o comandante garantiu que «não houve deslocalização de meios aéreos».
No combate a este incêndio de Gambelas, Quinta do Lago e Trafal, estão agora 392 operacionais, apoiados por 142 veículos.
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