Seca agrava-se no Algarve e Alentejo, a exemplo de todo o Continente

Não há nenhuma parte de Portugal continental que escape à seca

97,1% do território de Portugal continental está agora em seca severa, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). O calor em Maio e a falta de chuva levaram ao agravamento da seca meteorológica em todo o território, «com um aumento muito significativo da área em seca severa».

Assim, enquanto, em Abril, a maior parte do Algarve e do Alentejo estava em situação de seca moderada, em Maio, a questão agravou-se e agora são as áreas em seca severa que imperam, havendo mesmo uma zona do litoral alentejano (abarcando os concelhos de Odemira, Sines, Santiago do Cacém e Grândola) em seca extrema (ver figura acima).

De acordo com o Boletim Climático referente ao mês passado, a que o Sul Informação teve acesso, «o valor médio da quantidade de precipitação em Maio, 8.9 mm, foi muito inferior ao valor normal 1971-2000, correspondendo a apenas 13%» desse normal.

O IPMA acrescenta que «em termos da quantidade de precipitação no presente ano hidrológico 2021/2022 (desde 1 de outubro 2021 a 31 de maio de 2022), o valor é 393.9 mm e corresponde a 50% do valor normal, sendo o 2º valor mais baixo desde 1931».

 

No final de Maio, verificou-se mesmo uma diminuição significativa dos valores de percentagem de água no solo em todo o território, sendo de realçar a região do interior Norte e Centro, Vale do Tejo, Alentejo e Algarve, onde se verificam valores de percentagem de água no solo inferiores a 20%.

O IPMA acrescenta que, «de acordo com o índice PDSI3, agravou-se a situação de seca meteorológica em todo o território, com um aumento muito significativo da área em seca severa, estando agora grande parte do território nessa classe».

Desta forma, a distribuição percentual por classes do índice PDSI no território é a seguinte: 1.5% encontra-se em seca moderada, 97.1% em seca severa e 1.4% em seca extrema.

O índice PDSI baseia-se no conceito do balanço da água, tendo em conta dados da quantidade de precipitação, temperatura do ar e capacidade de água disponível no solo, permitindo detetar a ocorrência de períodos de seca e classifica-os em termos de intensidade (fraca, moderada, severa e extrema).

 

 

 



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