Reclusos burlavam restaurantes no Algarve a partir da prisão

Os suspeitos invocavam «a existência de irregularidades no estabelecimento», solicitando o pagamento imediato de uma multa

Estavam presos no Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, mas era a partir de lá que burlavam restaurantes, tanto no Algarve como do resto do país, fazendo-se passar por inspetores da ASAE ou da ACT. Dois homens, de 34 e 42 anos, foram constituídos arguidos, esta sexta-feira, 3 de Junho, por burlas qualificadas.

Em comunicado, a GNR explica que o inquérito decorria «há cerca de quatro meses e no qual se investigavam 30 burlas qualificadas».

Os proveitos são superiores a 27 mil euros para os suspeitos.

Fonte da GNR disse ao Sul Informação que as burlas começaram a ser investigadas no Algarve, o que fez com que fosse o Núcleo de Investigação Criminal de Faro a assumir o caso, mas logo se percebeu que «aconteceram um pouco por todo o país».

«Os visados na investigação faziam-se passar por Inspetores da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), Autoridade para as Condições do trabalho (ACT) ou outras entidades, e a partir do estabelecimento prisional efetuavam chamadas telefónicas para estabelecimentos comerciais de todo o país, sobretudo restaurantes», conta a GNR.

Os suspeitos invocavam «a existência de irregularidades no estabelecimento», solicitando o pagamento imediato de uma coima, através de transferência bancária, «para assim evitar uma alegada inspeção ao local com consequências mais gravosas».

Os militares da GNR apreenderam um telemóvel, dois cartões SIM e dados «relacionados com as burlas praticadas pelos suspeitos, nomeadamente registos de nomes, valores e dados bancários dos lesados».

A ação contou com a colaboração da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, tendo sido presidida por dois Procuradores do Departamento de Investigação e Ação Penal de Faro.

Os factos foram comunicados ao Tribunal Judicial de Faro.

 

 



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