Há falhas no transporte que colocam doentes hemodialisados do Algarve «em risco»

ARS reconhece as falhas e explica que tem tido dificuldade em contratar empresas que garantam o transporte

Há falhas no transporte dos doentes hemodialisados, no Algarve, que já obrigaram ao reencaminhamento de doentes para o Hospital de Faro «em condições extremas e em risco de vida», denunciou a Associação Portuguesa de Insuficientes Renais (APIR).

Segundo a associação, «além dos problemas com o transporte de doentes paras as consultas de pré-transplante e construção de acessos vasculares, recentemente ocorreram falhas no transporte de doentes com Covid-19 para as sessões de hemodiálise».

«Alguns desses doentes tiveram que ser reencaminhados para o Hospital de Faro, em condições extremas e em risco de vida», garantiu a APIR.

Contactada pelo Sul Informação, a Administração Regional de Saúde do Algarve, cuja «passividade» é criticada pela associação, revelou que, «enquanto responsável pelo transporte de doentes hemodialisados, utiliza a plataforma SGTD – Sistema de Gestão de Transporte de Doentes, para possibilitar o transporte dos utentes para as sessões de hemodiálise».

«As empresas de transportes registadas no SGTD, devido a limitações de recursos humanos e meios, nem sempre conseguem dar resposta às requisições efetuadas, sobretudo numa época do ano em que, pelo aumento da população, aumenta a necessidade de transporte urgente na região. Nestas ocasiões a ARS Algarve recorre a empresas de transporte fora da rede SGTD, mas igualmente autorizadas/certificadas para transportar doentes», acrescentou a mesma entidade.

Mas, «uma vez que o transporte dos doentes é feito em grupo, perante casos positivos de Covid-19, é exigido um transporte individual desse utente. Esta situação exige determinadas restrições no acompanhamento desse utente o que pode gerar constrangimentos nos serviços reduzindo, desta forma, a capacidade de resposta das empresas de transporte de doentes».

Da parte da APIR, que diz que já tentou, sem sucesso, falar com o presidente da ARS Algarve, chega a garantia de que «as anomalias têm sido frequentes e graves. A continuação deste cenário conduzirá, inevitavelmente, a um aumento do risco de vida para estes doentes».

A associação pede que a Administração Regional de Saúde ou o Governo «arranjem uma rápida solução para o que se está passando com o transporte de doentes hemodialisados, no Algarve».

Da parte da ARS chega, apenas, a garantia de que esta entidade está «consciente destes constrangimentos» e que «procura dar sempre resposta a todas as solicitações dos utentes nestas condições».

 

 

 



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