O segundo workshop dedicado à captura acidental de cetáceos na atividade pesqueira aconteceu em Matosinhos e juntou especialistas, entidades, pescadores e a equipa do CCMAR.
Ana Marçalo, investigadora do CCMAR, aproveitou para revelar alguns resultados dos ensaios de mitigação realizados ao longo da costa algarvia e que procuram reduzir conflitos entre a pescas e os cetáceos.
«Os ensaios estão a ser muito bem-sucedidos e os pescadores do Algarve estão a querer dar continuidade a esta nossa colaboração», adiantou a bióloga.
Parte dos trabalhos foram realizados no âmbito do projeto iNOVPESCA que foi este mês reconhecido pela secretaria das pescas «por valorizar o esforço da investigação do CCMAR em tornar das pescarias algarvias mais sustentáveis procurando soluções para mitigar as capturas acidentais e os danos económicos que os pescadores sofrem com a interação com os cetáceos», lê-se na nota.
Depois de em Abril se ter realizado um primeiro workshop na Universidade do Algarve, o de Matosinhos foi o segundo organizado ao abrigo do projeto europeu CetAMBICion, que colabora com o setor pesqueiro para mitigar a captura acidental de cetáceos.
Em Matosinhos foi apresentada «a problemática inerente às interações entre as atividades de pesca e os cetáceos e discutidos mecanismos e comportamentos para a mitigação das capturas acidentais e adaptação de diferentes soluções às pescarias nacionais», frisa o CCMAR.
O encontro contou com a presença da Apropesca – Organização de Produtores da Pesca Artesanal – e da APX – Associação Portuguesa da Xávega, assim como de investigadores do Centro de Ciências do Mar do Algarve (CCMAR), do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) e da Universidade do Minho e representantes da Direcção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), do Instituto Português do Mar e da Atmosfera(IPMA) e da Autoridade Marítima Nacional.
O projeto CetAMBICion procura «responder à necessidade de reduzir as capturas acidentais de cetáceos durante a atividade piscatória da UE, em particular na sub-região do Golfo da Biscaia e Costa Ibérica, uma ameaça à sobrevivência destas espécies protegidas» – objetivo que se encontra de acordo com os objetivos da Diretiva Quadro Estratégia Marinha (DQEM), da Diretiva Habitats e da Política Comum das Pescas (PCP).
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