Quantos são e por onde andam aos cetáceos no Algarve?

Estes mamíferos marinhos preferem vir à região no Verão ou no Inverno?

Compreender e avaliar a abundância de cetáceos na costa algarvia em observações a partir de terra é o grande objetivo da nova tese de doutoramento do Rui Peres dos Santos, biólogo marinho do Centro de Ciências do Mar (CCMAR) do Algarve, no âmbito da qual também se vai estudar o uso de vigias (pessoas que observam o mar em busca de cetáceos) na deteção destes animais.

O estudo do investigador deste centro de investigação algarvio «vai permitir catalogar as espécies que cruzam as águas algarvias, a altura do ano em que o fazem, a sua abundância e comportamentos que exibem, servindo de base a medidas de proteção e mitigação da atividade marítimo-turística local».

«O trabalho de campo começou com observações a partir do Farol de Santa Maria (Faro) e, entre Outubro e Março, já foram contabilizados mais de cem avistamentos de várias espécies, principalmente de golfinhos, roazes e comuns, e da baleia-comum», segundo o CCMAR.

Presentemente «são realizadas três observações por semana, cada uma compreendendo três varrimentos do horizonte, onde a visibilidade normalmente permite vigiar até às seis milhas podendo chegar às 12 (11 e 22 quilómetros, respetivamente)».

 

 

Em Janeiro, as observações passaram também a ser feitas a partir da Praia da Falésia (Vilamoura) «alargando a área marítima observada, cobrindo agora duas zonas distintas com diferentes números de embarcações a operar».

«O estudo pretende contribuir também para avaliar o potencial do uso de vigias pelas empresas de observação da vida marinha. Na região algarvia estão registadas 121 embarcações de observação de cetáceos. Como complemento a este trabalho de doutoramento está a ser realizada uma tese de mestrado sobre o impacto das observações de baleias no Algarve», acrescentou o CCMAR.

Rui Peres dos Santos tem experiência a trabalhar com empresas marítimo-turísticas nos Açores, «onde a atividade constitui uma importante fonte de receitas e contribui para a imagem da região. Os vigias têm um papel essencial na deteção dos animais e consequente satisfação dos turistas».

Esta investigação é financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, insere-se no grupo de investigação R2C2 (Recursos, Restauração, Conectividade e Clima) e é orientada pela Professora Rita Castilho (CCMAR/UAlg) e por Richard Sears (Mingan Island Cetacean Study).

Os trabalhos de campo têm o apoio de vários alunos do Mestrado de Biologia Marinha da Universidade do Algarve, da Faculdade de Ciências do Mar e do Ambiente da Universidade do Algarve, «que participam nas observações da empresa marítimo-turística Ocean Vibes, que tem sido instrumental no acesso ao mar, da Autoridade Marítima Nacional (que concedeu o acesso ao farol), da CP – Comboios de Portugal, no transporte dos investigadores e finalmente da RAAlg (Rede de Arrojamentos do Algarve)».

 

 



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