Ministra garante que Hospital Central é «compromisso» para honrar, PSD diz que é «miragem»

Deputados do PSD dizem que Governo não tem «qualquer plano previsto para a realização desta obra»

A ministra da Saúde garantiu, esta sexta-feira, na discussão na generalidade do Orçamento do Estado para 2022, que a construção do Hospital Central do Algarve é um «compromisso político que vamos honrar», mesmo que «demore mais do que aquilo que queríamos». Ainda assim, a garantia da governante não satisfez os deputados do PSD eleitos pelo círculo de Faro, que lamentam a ausência de um calendário para a construção da infraestrutura, que dizem ser uma «miragem».

Os deputados social-democratas algarvios, em nota enviada às redações, «lamentam a postura do Governo, e da ministra da Saúde em particular, no debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2022, ao afastar por completo a construção do novo Hospital Central do Algarve».

Para o PSD, «se dúvidas houvesse, hoje [sexta-feira], no Parlamento, ficou claro que o Executivo não tem qualquer plano previsto para a realização desta obra estratégica para o distrito de Faro».

No entanto, o que disse Marta Temido, em resposta a uma pergunta do deputado do PSD Pedro Melo Lopes, foi que este é um «compromisso político que vamos honrar, como temos honrado os restantes, mesmo que demore mais do que queríamos».

A ministra da Saúde lembrou que a obra «teve o concurso suspenso em 2011 e, desde 2011, vários governos passaram e não voltaram a olhar para o processo, mas nós voltámos a olhar para o processo».

Segundo Marta Temido, o Governo está a tentar perceber, «considerando investimento realizado na preparação [do projeto], considerando a  manutenção do interesse público na sua construção e considerando enquadramento específico legal para um decisão de não adjudicação», se «é ou não viável o aproveitamento do processo», o que diz ser «um trabalho jurídico complexo».

Mas, para os deputados Luís Gomes, Rui Cristina e Ofélia Ramos, o esclarecimento da governante não foi satisfatório e, em nota enviada às redações, lamentam que, «à medida que vão começando a ser realizadas outras obras (como o caso do Hospital do Seixal), o Hospital Central do Algarve continue sem ter sequer um calendário, que possa trazer alguma esperança à população algarvia, há muito ignorada pelos sucessivos governos do Partido Socialista».

Rui Cristina, no Parlamento, lembrou que «o Hospital Central do Algarve é uma promessa há 19 anos e uma promessa reiterada sistematicamente pelo Partido Socialista. Mas, em 2016 deixou de ser prioridade. Quatro anos depois, Marta Temido afirmava que era necessário avançar o quanto antes com a obra, mas alguns meses depois esquecia-se de colocar a unidade no Orçamento do Estado para 2021».

Para o deputado, «este é um Orçamento que sabe a pouco. Com pouca ambição, pouca visão, pouca responsabilidade. Não responde aos problemas estruturais do setor, não apresenta soluções estratégicas para uma maior organização e sustentabilidade do SNS. É, no fundo, mais um orçamento do faz de conta, longe de estar à altura dos portugueses».

Os deputados do PSD eleitos pelo Algarve garantem que o novo Hospital Central é um tema que «não vão deixar cair no esquecimento. É urgente que a construção do Hospital Central do Algarve avance e que seja acompanhada de um reforço de meios, técnicos e humanos, também no Centro Hospitalar Universitário do Algarve, cujas carências têm sido cada vez mais notórias», concluem.

 

 



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