Base de dados de naufrágios do Barlavento algarvio apresentada em Lagos

O “I Simpósio de História e Arqueologia Náutica e Subaquática de Lagos” aconteceu a 13 de Abril

O “I Simpósio de História e Arqueologia Náutica e Subaquática de Lagos” decorreu esta quarta-feira, 13 de Abril, no Auditório Paços do Concelho Séc. XXI.

Em Lagos, foi apresentado este projeto resultante da parceria entre o Instituto de Arqueologia e Paleociências (IAP) da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (História, Territórios e Comunidades do Centro de Ecologia Funcional – Ciência para as Pessoas e o Planeta) e a Câmara Municipal de Lagos, que tem como principais objetivos o estudo, divulgação, salvaguarda e valorização do património subaquático.

O evento, que contou com abertura do vice-presidente da Câmara Municipal de Lagos, Paulo Jorge dos Reis, e da diretora do IAP, Rosa Varela Gomes, integrou três sessões.

Após ter sido apresentado o balanço dos trabalhos efetuados entre 2006 e 2008 e de se ter referido que a «costa portuguesa, em especial entre Sagres e o Cabo de São Vicente, conta com vários registos de afundamentos associados à Grande Guerra, uma vertente de história contemporânea que também merece ser analisada no âmbito do projeto de base de dados», Alexandre Monteiro, arqueólogo náutico e subaquático do IAP apresentou, então, a base de dados dos naufrágios históricos do Barlavento algarvio – um trabalho de levantamento e compilação dos locais com potencial arqueológico subaquático que surge como a primeira fase do projeto.

De acordo com a Câmara Municipal de Lagos, «até à data, estão registados cerca de dois mil naufrágios em Portugal continental, duzentos e dez dos quais na área do nosso Barlavento, sendo que Lagos, pela sua relevância histórica ao longo dos séculos e características geográficas, acaba por ser um local de destaque nesta atividade».

Em comunicado, o município explica ainda que «numa segunda fase do projeto, serão formadas equipas para investigação em conjunto com a Universidade Nova, município de Lagos e outras entidades parceiras, como a Faculdade de Engenharia do Porto, que dispõe de sistemas de deteção e prospeção geofísica do mar, sendo ainda necessário angariar fundos de financiamento dados os elevados custos do projeto de intervenção que culminará com a intervenção nos locais de naufrágios considerados mais relevantes».

Para Rosa Varela Gomes, «esta base de dados é fundamental para a investigação da presença de barcos e espólios que não constam nos registos».

Já Hugo Pereira, presidente da Câmara Municipal de Lagos, que fechou esta primeira edição do Simpósio, referiu que o município oferece toda a disponibilidade para a concretização deste projeto e que «pelo potencial histórico e geográfico de Lagos, este é um processo muito importante para a valorização do concelho enquanto destino, permitindo que a próprio História possa ser visitada e conhecida por todos».


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