«Vamos fazer a nossa Capital na mesma», promete Rogério Bacalhau

Faro ficou pelo caminho na corrida para ser Capital Europeia da Cultura em 2027

«Não teremos o galardão nem teremos em 2027 a programação que a cidade que ganhar vai ter, mas vamos fazer a nossa Capital na mesma», promete Rogério Bacalhau, presidente da Câmara de Faro, em declarações ao Sul Informação.

Momentos depois de saber que a candidatura farense não foi uma das escolhidas para passar à próxima fase do processo de seleção da Capital Europeia da Cultura, Rogério Bacalhau garantiu ao nosso jornal que, apesar da natural esperança e vontade em passar, ficar pelo caminho não significa uma derrota.

«Foi um processo riquíssimo, aprendemos muito. Com esta candidatura, ficámos com uma visão integrada do concelho que não tínhamos antes e acho isso muito positivo», afirmou.

Rogério Bacalhau acredita que o que Faro está atualmente a fazer «tem um propósito e uma coerência. Quando falamos na zona ribeirinha, no espaço da Estação e da Fábrica da Cerveja, que eram projetos avulsos que tínhamos antes deste processo, agora todos eles têm coerência de interligação».

«Certamente que teremos uma Faro Capital da Cultura em versão reduzida, porque os projetos que nós estamos a desenvolver e que vão entrar em obra vão aparecer obrigatoriamente. A diferença é que, em 2026 e 2027, não teremos o volume de programação que teríamos se fossemos Capital», acrescentou o presidente da Câmara de Faro.

Afinal, quem vencer a corrida terá acesso a um bolo de 25 milhões de euros para a realização do evento.

«Dou os parabéns às quatro cidades que avançam e às outras sete porque certamente também fizeram o mesmo trabalho que nós e aprenderam muito. No final disto tudo, ganha Portugal e ganha a União Europeia», rematou.

Num comunicado entretanto divulgado, a candidatura de Faro também relembra que as temáticas tratadas, como a água, a multiculturalidade, as alterações climáticas e a massificação turística, continuam a merecer a atenção das entidades públicas locais e regionais.

O processo de candidatura Faro2027 envolveu a participação direta de mais de 3000 pessoas de toda a região do Algarve. Artistas, crianças, jovens, empresários, autarcas, desempregados, reformados, especialistas internacionais, catedráticos, residentes estrangeiros e turistas,  foram consultados e apresentaram ideias para a região. 

Além disso, também houve o envolvimento e cooperação regional da Universidade do Algarve, da Região de Turismo do Algarve, da CCDR Algarve, da Direcção Regional de Cultura do Algarve, do IPDJ Algarve, de todos os Municípios do Algarve e de muitas organizações e agentes culturais e sociais da região que deste a primeira hora apoiaram este projeto. 

«Não podemos ignorar todo o trabalho desenvolvido, a energia gerada, ou as questões apontadas pelas pessoas que participaram no processo. Existem projetos que já estão em curso e que pretendemos continuar a dar seguimento como a reabilitação da Fábrica da Cerveja, o Quilómetro Cultural ou a Embaixada Gastronómica», diz Rogério Bacalhau.

«Faro assumiu igualmente compromissos no âmbito do projeto das açoteias criativas. Somos líderes do European Creative Rooftop Network (ECRN) que junta 9 cidades, num projeto financiado pelo programa Europa Criativa no valor de 4 milhões de euros a 4 anos. A Convenção de Faro e as iniciativas planeadas no âmbito da mesma como as Conferências Internacionais anunciadas ou o projeto MI.MOMO.FARO vão continuar a ser desenvolvidos assim com outros projetos que atempadamente anunciaremos, com todo o nosso empenho», acrescenta.

O júri internacional do concurso escolheu como finalistas Aveiro, Braga, Évora e Ponta Delgada, deixando de fora as candidaturas de Faro, Coimbra, Funchal, Guarda, Leiria, Oeiras, Viana do Castelo e Vila Real.

O anúncio das cidades finalistas foi feito no culminar de uma semana de audiências com as delegações de cada cidade candidata.

As candidaturas foram avaliadas por um júri que integrou representantes do Parlamento Europeu, do Conselho Europeu, da Comissão Europeia, do Comité das Regiões e do Ministério da Cultura de Portugal.

Entre Dezembro deste ano e Janeiro de 2023, será anunciada a candidata escolhida para, em conjunto com uma cidade da Letónia, receber o título de Capital Europeia da Cultura 2027. Até lá, as cidades portuguesas pré-selecionadas terão oportunidade de rever e ajustar as suas candidaturas e podem receber visitas do júri.

No passado, três cidades portuguesas receberam o título de Capital Europeia da Cultura: Lisboa, em 1994, Porto, em 2001, e Guimarães, em 2012.

A cidade de Portugal que vier a ser escolhida terá direito a um prémio de 1,5 milhões de euros, a que se juntarão  mais 25 milhões de euros atribuídos pelo Ministério da Cultura, com recurso a fundos comunitários.

 

 

 



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