UAlg Tec Campus nasceu e já há quem sonhe com os frutos que dará

Parque tecnológico da UAlg arranca com 16 empresas e 300 trabalhadores

Foto: Cátia Rodrigues | Sul Informação

 

A comissária europeia Elisa Ferreira quer voltar ao UAlg Tec Campus dentro de dois anos para saber quais os frutos que esta aceleradora de empresas, que esta terça-feira foi inaugurada, já deu. Paulo Águas, reitor da universidade algarvia, também.

O que acontecerá no futuro, ninguém consegue prever. Mas o presente é auspicioso: esta estrutura de acolhimento de empresas do setor tecnológico e da inovação arranca com 16 empresas, que contam, no seu conjunto, com 300 trabalhadores. Ou seja, começa “a todo o gás”.

«Grande parte destas empresas têm negócio internacional, todos os trabalhadores são qualificados e parte delas tiveram apoio de fundos europeus», enquadrou Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial, que marcou presença na inauguração do parque tecnológico da Universidade do Algarve.

Esta foi uma das convidadas de honra da cerimónia. A outra, como se percebe, foi Elisa Ferreira.

 

 

«Isto é uma fotografia, mas eu quero ver o filme todo. Ou seja: daqui a dois anos, vamos ver quantas empresas, partindo deste embrião, saíram daqui, criaram postos de trabalho, estão afirmadas no mercado e registaram patentes», desejou a comissária europeia portuguesa.

«É esse o nosso objetivo, o de ter um tecido produtivo capaz de pagar bons salários e dar satisfação e qualidade de vida aos nossos jovens e aos nossos cidadãos», acrescentou.

Também o anfitrião Paulo Águas olha para o amanhã.

«O interessante, como disse a senhora comissária, é voltar daqui a dois anos e ver o que aconteceu. Eu estou crente que sim, que haverá um antes e um depois da criação do UAlg Tec Campus, mas temos de dar tempo para fazer essa avaliação», disse o reitor da Universidade do Algarve.

«Acho que a vida do campus vai mudar, em particular na Penha. Temos já o exemplo do programa Brigthstar, com a Deloitte e, seguramente, vamos ter mais relações com as empresas que aqui estão. É uma área em que a universidade se quer posicionar», acredita.

«Eu acho que este é um projeto que tem todas as condições para dar a resposta de que nós precisamos neste momento. Nós precisamos de utilizar os fundos que estamos a receber de forma inteligente», defendeu Elisa Ferreira.

O que é que isto significa? «Significa não os utilizar para voltar a fazer aquilo que já fazíamos antes, mas sim para responder aos novos desafios, que nos vão obrigar a trabalhar de uma forma completamente diferente, a utilizar ao máximo os nossos recursos digitais, da rede».

 

 

Para a comissária europeia, este é «um exemplo de como esta relação entre as universidades e as empresas, dando origem a novas maneiras de fazer o que fazíamos antes ou a novos produtos, novas propostas de mercado e novos serviços, é, em si, qualquer coisa de essencial para o nosso futuro coletivo».

Foi também da boa utilização dos fundos europeus que falou a ministra Ana Abrunhosa.

«Este é um projeto onde temos uma aliança entre a academia e o conhecimento, que estas empresas depois transformam em inovação, em valor acrescentado, em novas soluções para velhos problemas, mas também para os problemas novos», enquadrou.

Isso leva a governante a considerar que «esta é uma das melhores maneiras de aplicar fundos europeus, uma vez que este é um projeto no qual temos um campus tecnológico em que a academia e a comunidade cocriam valor, conhecimento e inovação. E isso tornará este território muito mais desenvolvido».

 

 

E este trabalho em parceria não é opcional: faz parte do contrato.

As empresas, ao instalar-se no Tec Campus, assumem um compromisso, que «passa por receber estudantes que façam o doutoramento com estas empresas, passa por serem parceiras da universidade na candidatura a projetos e por solicitar trabalho à UAlg na área da investigação e desenvolvimento».

«É uma obrigação, que consta do contrato. Depois, será avaliado e as empresas que cumprirem de forma distinta, isso tem consequências positivas», explicou Paulo Águas.

Se houver um incumprimento, as empresas, no limite, poderão ter de sair do UAlg Tec Campus. «Mas acredito que isso não vai acontecer, porque as empresas também beneficiam da relação que têm com a UAlg».

 

 

A prova disso é que a estrutura ontem inaugurada não só já está totalmente ocupada, como há mais interessados em ter mais espaço ou em garantir um lugar no ecossistema tecnológico algarvio, o Algarve Tech Hub.

Desta forma, a Câmara de Faro, que também se associou à criação deste Tec Campus de 4 mil metros quadrados (m2), já está «a trabalhar para criar um outro edifício aqui ao lado, no complexo desportivo, com mais 12 mil m2», para dar resposta às solicitações, anunciou Rogério Bacalhau, presidente da Câmara de Faro

Esta parece ser um ideia ponderada, já que, como frisou Ana Abrunhosa, «este é um projeto que não tem fim, em termos de desafios que se colocam à universidade e dos benefícios para a comunidade», não é só a algarvia, mas «de todo o país».

Pelo menos é isso que Elisa Ferreira e Paulo Águas esperam: que, dentro de dois anos, a realidade prove que esta foi uma aposta ganha.

 

Fotos: Cátia Rodrigues | Sul Informação

 

 

 

 

 



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