A deteção de uma embarcação suspeita em águas internacionais, durante um voo de treino da Força Aérea Portuguesa (FAP), levou à apreensão de 44 fardos de haxixe, com 1600 quilos e um valor estimado de venda nas ruas «entre os 3 e os 4 milhões de euros», e à detenção de seis traficantes, ontem à noite, numa ação conjunta da Autoridade Marítima Nacional, da Marinha Portuguesa, da Polícia Judiciária e da FAP.
Os detidos na operação, que teve lugar a cerca de 53 milhas náuticas a sul de Faro e durou «várias horas», eram todos «jovens que não são europeus». Também foi apreendida a embarcação onde seguiam, juntamente com a droga.
«Esta ação foi fruto de uma estreita colaboração e cooperação entre as entidades envolvidas. Tudo começou no âmbito de uma ação de fiscalização da Força Aérea, que dá a sinalização da lancha. Posteriormente, desencadeou-se uma operação policial, em estreita partilha de informação e cooperação entre as entidades envolvidas», revelou António Madureira, diretor da Diretoria do Sul da Polícia Judiciária.
O coronel Carlos Lourenço, comandante da Base Aérea nº11 de Beja, explicou, por ser lado, que a deteção da embarcação suspeita foi feita «por uma aeronave de patrulhamento marítimo».
«No contexto particular desta operação, a aeronave até estava numa missão de treino, normal, para qualificação de tripulações. Mas, mesmo em treino e num contexto de ganhar mais qualificações, vamos desenvolvendo a missão e a função de vigilância marítima», explicou.

A FAP deu o alerta e foi rapidamente desencadeada uma resposta por parte das outras entidades envolvidas.
«A interceção foi feita por duas embarcações da Polícia Marítima e do pelotão de abordagem da Marinha, bem como pela lancha de fiscalização rápida», segundo Rocha Pacheco, comandante Zona Marítima do Sul.
A abordagem aos suspeitos foi feita «em situação de mar e meteorologia adversas, com ondulação forte de noroeste, vento e visibilidade reduzida», mas «foi pacífica, não houve resistência nem qualquer incidente».
Os homens e a droga foram posteriormente trazidos para terra e detidos pela Polícia Judiciária.
«A investigação prossegue e vamos tentar perceber todos os contornos que envolveram estes transporte, designadamente a logística da organização, entre outra informação», segundo António Madureira.
«Este é também um sinal à comunidade que as instituições funcionam, estão vigilantes e que estamos aqui prontos para combater este fenómeno que nos preocupa», acrescentou.
Já o coronel Carlos Lourenço, da FAP, salientou que da forma como as diferentes entidades trabalham e estão organizadas, «até num contexto quase inopinado, conseguimos rapidamente desenvolver uma operação que teve resultados finais. E isto é fruto de todo um trabalho posterior e dos processos que estão implementados».
Fotos: Hugo Rodrigues | Sul Informação
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