Seca desagravou-se a nível nacional mas no Algarve e Baixo Alentejo (quase) nada mudou

Percentagem do território em seca extrema baixou de 66% para 26,8% em apenas 15 dias

A situação de seca em Portugal desagravou-se, na primeira quinzena de Março, principalmente no litoral Norte e Centro, mas ainda há 77% do território nacional em seca situação de severa e extrema, incluindo o Algarve e a quase totalidade do Alentejo, anunciou hoje, dia 17, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Segundo o boletim quinzenal de monitorização da seca, a chuva que caiu nos primeiros 15 dias do mês já teve algum efeito e permitiu um «aumento dos valores de percentagem de água no solo, mais significativo no Litoral Norte e Centro e nas regiões mais interiores – Trás-os-Montes e Beira Alta».

«Em grande parte da região Sul não houve variações muito significativas», revela o IPMA.

 

 

Comparando com o final do mês de Fevereiro, houve uma redução significativa do território em situação mais preocupante, com a percentagem do Continente em situação de seca severa e extrema a fixar-se em 95% (agora é 77%).

Comparando a prevalência dos diferentes níveis de seca é a seguinte: «3.9 % em seca fraca, 18.9 % em seca moderada, 50.4 % em seca severa e 26.8 % em seca extrema».

No final de Fevereiro, 66% do território estava no nível mais elevado, o que significa que houve uma descida significativa em apenas 5 dias.

Comparando com situações de seca anteriores no mesmo período de Março, a atual situação  é a 2ª com maior percentagem de área em situação de seca extrema e severa, a seguir à de 2012 (98%).

No caso do Algarve, a região continua toda na situação de seca extrema,mesmo tendo em conta que os 55.3 milímetros de precipitação registados em apenas quinze dias estejam bem acima da média da primeira quinzena de Março, na região, que se fixa em 38.4 mm (143,9%).

Também o Distrito de Beja e o Alentejo Litoral estão no nível mais preocupante de seca.

Nos distritos de Évora e Portalegre, parte do território passou da situação de seca extrema para severa.

No Alentejo, o total de precipitação foi  abaixo da média para o período entre 1 e 15 de Março.

 

 

A nível nacional, «o valor médio da quantidade de precipitação até dia 15 de Março próximo do valor normal mensal 1971-2000, correspondendo a 87%».

Ou seja, a chuva que caiu não impede que o período de Outubro 2021 a 15 Março 2022, seja «o mais seco desde 1931».

«O valor mais alto de precipitação ocorreu em Vila Nova de Cerveira, 153.8 mm e o menor em Castro Marim, 13.9 mm», acrescentou o IPMA.

No que toca  ao valor médio de temperatura, foi 1.67°C inferior ao normal na primeira quinzena de março, segundo a média mensal 1971-2000.

«Até ao final mês de Março a temperatura estará acima da média e prevê-se a ocorrência de precipitação a partir do próximo dia 20, que será predominantemente em regime de aguaceiros e que deverá persistir durante alguns dias», adiantou o IPMA.

Os dados apontam para que seja «provável a continuação da situação de seca meteorológica no final de Março em grande parte do território», apesar de poder «haver novamente uma diminuição da área nas classes mais graves do índice de seca».

 

 

 

 

 



Comentários

pub