Refugiados vindos da Ucrânia já estão a trabalhar em empresas algarvias

Revelou em Alte a ministra Ana Mendes Godinho

Já há refugiados que chegaram da Ucrânia, a fugir da guerra, a trabalhar no Algarve, com contratos de trabalho firmados no âmbito da plataforma online criada pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional, revelou ontem, segunda-feira, em Alte, Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

A governante esteve na aldeia do interior do concelho de Loulé a presidir à inauguração do Observatório Nacional de Envelhecimento. À margem da sessão, revelou aos jornalistas que a plataforma onde empresas de todo o país registaram «mais de 23 mil ofertas de emprego» está a dar frutos.

«Já temos algumas pessoas que estão neste momento a trabalhar. (…) Há pessoas empregadas no Algarve, nomeadamente no setor turístico, com contratos de trabalho celebrados», revelou.

«O primeiro contrato de trabalho que foi celebrado foi com uma entidade do setor social da zona Norte. Este setor tem uma grande capacidade de acolhimento e de integração», acrescentou.

Como o Sul Informação já tinha dado conta, desde a primeira hora que houve empresários algarvios de vários setores, mas também Instituições Particulares de Solidariedade Social, nomeadamente a União das Misericórdias, que se disponibilizaram para integrar refugiados nas suas equipas.

Ana Mendes Godinho revelou ainda que o seu ministério criou «equipas conjuntas entre a Segurança Social e o IEFP para contactarem todas as pessoas que peçam proteção internacional, precisamente para um acompanhamento personalizado e para assegurar que a integração se faz da melhor forma».

«Já estão a decorrer cursos de português, desenvolvidos pelo IEFP, para um melhor acolhimento e maior capacidade de compreensão», acrescentou.

«Há uma grande mobilização da parte da sociedade civil para acolher as pessoas da melhor forma que podemos, num contexto tão difícil que vivemos e tudo aquilo por que estas pessoas passaram na Ucrânia», conclui a ministra.

Além da questão laboral, também já há avanços na parte do acesso à saúde.

«Neste momento temos cerca de 16.800 pedidos de proteção temporária e já temos mais de 15 mil números de utentes atribuídos. Ou seja, estamos a trabalhar em paralelo com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e o registo que eles têm, de modo a poder chamar esta pessoas para a vacinação. Isso é extremamente importante», revelou António Lacerda Sales, secretário de Estado Adjunto e da Saúde.

«Logo que recebem um número de utente, estas pessoas têm a possibilidade, como qualquer cidadão português, de lhe ser atribuído um médico de família. Muitos já o têm , outros ainda estão num processo de organização para que possam vir a tê-lo. Mas sim, os cuidados primários de saúde são a porta de entrada no sistema e é fundamental que tenham as mesmas condições que qualquer cidadão português», disse ainda o membro do Governo.

 

 

 



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