Empresas tecnológicas do Algarve têm 100 vagas de emprego “reservadas” para quem vem da Ucrânia

Sócios da Algarve Evolution fizeram um levantamento da sua capacidade de recrutamento, a pensar nos refugiados ucranianos

Não é um trabalho para dar frutos hoje, mas, dentro de algumas semanas, poderá permitir que cerca de uma centena de refugiados ucranianos recomecem a sua vida profissional, em empresas ligadas às novas tecnologias associadas da Algarve Evolution.

A associação empresarial que nasceu no seio do Algarve Tech Hub não precisou de mais do que um dia, desde a invasão da Ucrânia por parte da Rússia, para mobilizar os seus sócios, de modo a perceber se tinham interesse e disponibilidade para recrutar profissionais vindos da Ucrânia.

«Fizemos um levantamento entre as empresas que fazem parte do Algarve Tech Hub para saber que necessidades tinham de profissionais. No final, entre os 50 associados, temos cerca de um centena de oportunidades de emprego», revelou ao Sul Informação Paulo Bernardo, cuja empresa é sócia da Algarve Evolution e que está a coordenar esta iniciativa.

«Mas não estamos com um cartaz à espera que os refugiados cheguem, como eu costumo dizer. Vamos ter isto guardado e, dentro de algumas semanas, quando isto tranquilizar, a associação vai divulgar as oportunidades na sua página», acrescentou.

É que «as pessoas chegam cansadas e precisam é de sossego, comida e tempo para se orientar».

Paralelamente, surgiu outra ideia, a de «disponibilizar instalações no Polo Tecnológico da Universidade do Algarve» àqueles que possam trabalhar remotamente, para que, «numa primeira fase, as pessoas possam operar a partir dali».

Entretanto, a Algarve Evolution associou-se «a um portal que já existia, o WeHelpUkraine.org, feito por pessoas ligadas às tecnologias» de ajuda aos refugiados ucranianos.

«Também desenvolvemos um site para a associação Doina, porque eles não tinham domínio, nem site. A associação pediu-nos ajuda e nós fizemos aquilo que eles precisavam, para poderem gerir melhor a chegada das pessoas», disse ainda Paulo Bernardo.

A ideia de lançar este inquérito às empresas do ecossistema tecnológico algarvio surgiu de contactos que já existiam com profissionais ucranianos.

«Temos amigos no mundo profissional que são ucranianos, que trabalham na Ucrânia ou noutros países na área das tecnologias, muitos dos quais voltaram ou estão atualmente no exército ucraniano. Acabamos por ter contactos com pessoas que estão a combater, o que é uma coisa um pouco louca», contou o empresário algarvio.

 

 

 

 



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