Arranque de conferência internacional marcou segundo dia da Algarve Tech Hub Summit

Comissária Elisa Ferreira participou na abertura desta conferência

O segundo dia da Algarve Tech Hub Summit foi marcado esta terça-feira, 29 de Março, pela conferência internacional Inova Algarve 2.0, onde especialistas e instituições analisaram o futuro do turismo.

A abertura da conferência, no NERA (Loulé), esteve a cargo de Vítor Neto, presidente da direção do NERA, Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé, Paulo Águas, reitor da Universidade do Algarve, António Pina, presidente do Conselho Intermunicipal da AMAL, e João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve.

Da “Recuperação, Coesão e Inovação” trazida pela comissária europeia Elisa Ferreira à “Sustentabilidade como Fator de Competitividade no Turismo”, defendida por Cristina Siza Vieira, presidente executiva da AHP, também houve intervenções de António Jorge Costa, presidente da IPDT, Alessandra Priante, diretora para a Europa da Organização Mundial de Turismo – num vídeo gravado no Aeroporto de Barajas, em Madrid, por conta de um atraso de um voo – e Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal – a partir de Telavive, Israel, onde participa numa feira de Turismo.

 

 

«A manhã, nas instalações do NERA, em Loulé, foi profícua na partilha de pontos de vista sobre as necessidades da região para recuperar e preparar o Turismo», diz a organização.

Depois da pandemia, quando se vislumbrava uma recuperação da economia, a guerra na Ucrânia, que a invasão russa trouxe à Europa, voltou a ameaçar os resultados mais otimistas, como referiu Elisa Ferreira.

«A União Europeia é uma união de princípios e de democracia e pela vontade de adesão da Ucrânia estamos a ver o quanto os valores estruturais são essenciais para garantir processos de reequilíbrio na nossa vida comum», disse.

Elisa Ferreira também apontou as fragilidades que se evidenciaram com o conflito.

 

 

«Veio confirmar os riscos das cadeias de valor muito longas, com riscos adicionais – aumento de transportes e de bens alimentares – para o setor do Turismo», defendeu.

No Algarve, a comissária europeia congratulou-se pelos projetos a concurso no INOVA Algarve 2.0 – que amanhã se apresentam do júri que irá selecionar os vencedores – considerando-os «inspiradores».

Em relação à questão “Há turismo a mais?”, Elisa Ferreira lembrou que assistiu à mesma discussão em torno da indústria têxtil e concluiu: «só sabemos acrescentar valor naquilo que sabemos fazer».

A sustentabilidade foi um tema forte durante a manhã, com Luís Araújo a salientar o tópico como “fator de atratividade e competitividade” com vista ao plano Turismo + Sustentável 20-23, o referencial estratégico do Turismo de Portugal, que pretende mobilizar os agentes e a sociedade para a promoção da sustentabilidade, alinhado com os objetivos da Estratégia Turismo 2027.

«Queremos crescer com conta, peso e medida», defendeu.

Nesse sentido, Luís Araújo sublinhou a importância da redução da sazonalidade e de garantir a qualidade de vida para as populações que vivem no território. Aos empresários lançou o desafio para verem na sustentabilidade «mais do que uma estratégia de marketing, mas um incentivo às empresas para melhorarem a sua eficiência».

Já Ana Jacinto, secretária- geral da AHRESP, apontou este ano como «o pico das insolvências na restauração» e defendeu a necessidade de resolver as falhas estruturais, a falta de mão-de-obra e a redução da carga fiscal no setor. Já Alberto Mota Borges revelou que em 2020 o Aeroporto de Faro, que dirige, «perdeu 75% do tráfego aéreo» e falou da imprevisibilidade de recuperação face aos eventos da atualidade.

Quanto a Pedro Costa Ferreira, presidente da direção da APAVT, juntou outra possibilidade pouco animadora: «o fim dos voos de curto curso, a curto prazo».

 

 

Por fim, Mário Ferreira, CEO do grupo NAU, apontou o peso burocrático e a imprevisibilidade legislativa que torna o território nacional pouco atrativo para os investidores que querem construir de raiz.

Durante a tarde, o painel “Trabalhar no Setor do Turismo, que Futuro?”, conduzido por João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve, levantou as questões que desafiam o Turismo: a falta de mão de obra, os baixos salários, uma política de habitação e social que não tem em consideração as necessidades de uma região voltada para o Turismo, a crise e a pandemia que agudizou os problemas e que a guerra veio evidenciar.

“Desafios e Oportunidades de Financiamento para o Setor do Turismo”, a sessão que fechou o programa, apontou caminhos e oportunidades. José Eduardo Carvalho, presidente da AIP/CCI levantou a questão: «precisamos de capitalizar as empresas ou contrair mais dívidas?».

A discussão estava lançada. As linhas gerais do programa Inovação e Transição Digital, que sucede o Compete 2020, foram apresentadas, estabelecendo pontes para o futuro.

O segundo Meet Up Business Drinks & Talks, da ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários foi dedicado ao Turismo e contou com a participação de empresas, empreendedores, associações empresariais, agentes da administração pública e investigadores, a fechar o programa.

 



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