Abril, o mês da Lua Negra e da chuva de meteoros das Líridas

Apertem bem os cintos (imaginários), porque este mês há muitas coisas para ver no céu

Apertem bem os cintos (imaginários), porque este mês há muitas coisas para ver no céu, ainda por cima repartidas entre o anoitecer e o amanhecer, por isso há coisas de interesse tanto para madrugadores, como para notívagos.

Vamos “descolar” logo no dia 1, com uma lua nova. E digo “uma”, porque o tempo que separa duas luas novas é de 29,5 dias, o que significa que este mês há duas luas novas. A segunda, que ocorre no dia 30, tem a designação de Lua Negra.

Com exceção de Mercúrio, observar planetas neste mês de abril de 2022, é para os madrugadores – Vénus, Marte, Júpiter e Saturno estão todos visíveis ao amanhecer.

Na madrugada de dia 5, há uma conjunção dos planetas Marte e Saturno, com os dois planetas a ficarem separados por cerca de 20 segundos de arco (sensivelmente a espessura de duas moedas de 1 euro, observadas à distância de um braço estendido).

 

No dia 9, a Lua atinge o quarto crescente e dia 16 é dia de lua cheia.

No dia 22, ocorre o pico da chuva de meteoros das Líridas, pouco depois do anoitecer. Apesar desta chuva, resultante da passagem da Terra pelo rasto do cometa C/1861 G1 (Thatcher), ter apenas 18 meteoros visíveis por hora durante o máximo, costuma ter vários meteoros que produzem rastos brilhantes, visíveis durante vários segundos. E como a Lua, praticamente em quarto minguante (que ocorre no dia seguinte) não “chateia” a visibilidade, pois só nasce só por volta das 3 da manhã, esta será uma boa noite para ver meteoros.

Abril também marca o regresso do planeta Júpiter. Depois de ter estado visível ao anoitecer durante o outono e parte do inverno, a meio de fevereiro o planeta começou a cruzar o Sol, recomeçando a ver-se na segunda semana de abril, ao amanhecer. Mas este planeta está rapidamente a afastar-se do Sol, no céu, enquanto o planeta Vénus está a fazer o percurso inverso, (lentamente) a aproximar-se da nossa estrela. Isto vai culminar com a conjunção dos dois planetas, no dia 1 de maio.

 

Mais para o final do mês, mesmo antes do amanhecer, vamos poder ver a Lua a passar por quase todos os planetas visíveis a olho nu. Começando no dia 24, a Lua está “atrás” destes quatro planetas, com os cinco astros do Sistema Solar a formar uma enorme linha reta no céu, desde Sudeste até Este.

No dia 25, o nosso satélite passa a menos de 6 graus de Saturno, no dia 26 a menos de 5 graus de Marte e dia 27 estará a cerca de 4 graus de Vénus e a 5 graus de Júpiter. Nesse dia, quem tiver um telescópio pode ainda procurar o planeta Neptuno – traçando uma linha reta entre Vénus e Júpiter, este planeta gigante gelado estará, a longo dessa linha, a menos de meio grau “à esquerda” de Vénus.

 

Há mais um planeta visível a olho nu para observar este mês, mas ao anoitecer. Mercúrio começa a ver-se por volta da segunda semana de abril e afasta-se cada vez mais do Sol, no céu, até à maior elongação, que ocorre no dia 29. Ao anoitecer desse dia, o planeta estará cerca de 15 graus acima do horizonte, virado a Oeste, mesmo ao lado do enxame de estrelas das Plêiades.

Finalmente, no dia 30, dia da Lua negra, ocorre ainda um eclipse parcial do Sol, mas que só será visível no pacífico Sul, partes da América do Sul e do polo Sul.

Boas observações!

 

 

 



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