Tem algumas novidades, mas também peças que já existiam, entretanto restauradas, e que ganharam uma nova vida. A velhinha exposição do Centro Interpretativo da Quinta de Marim, a sede do Parque Natural da Ria Formosa, em Olhão, fez-se nova e foi hoje reinaugurada, com o objetivo de se tornar uma mais valia para os visitantes e… para o turismo.
«Temos uma exposição que adotou as novas técnicas e os novos mecanismos em termos de comunicação, que fazem com que seja agora muito mais apelativa para quem nos visita e que dá a conhecer, de uma maneira muito clara, aquilo que é a Ria Formosa e seu o Parque Natural», revelou Castelão Rodrigues, o diretor regional do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), à margem da sessão que decorreu esta quarta-feira.
A renovada mostra, que substitui a que estava patente há três décadas, «pese embora o facto de, pontualmente, ter havido exposições temporárias», resulta de uma parceria entre o ICNF e a Região de Turismo do Algarve, sendo esta última a entidade financiadora.
«A exposição recorre a painéis informativos, fósseis e conchas da ria, objetos arqueológicos da época romana e objetos representativos das artes de pesca. A nova exposição é um equipamento estrutural, à disposição dos visitantes do Centro de Educação Ambiental de Marim (CEAM), espaço que, em 2019, recebeu cerca de 35 mil pessoas, entre escolas e visitantes nacionais e estrangeiros», segundo os seus promotores.
«Depois de percorrer os vários espaços expositivos, o visitante poderá ainda subir a uma torre de observação, de onde se avista a Ria Formosa em todo o seu esplendor. Uma experiência completa numa exposição que assinala os 40 anos da classificação da Ria Formosa como Zona Húmida de Importância Internacional e que se insere nas comemorações do Dia Mundial das Zonas Húmidas», que ontem, 2 de Fevereiro, se assinalou, acrescentam.
Este projeto é o culminar de outro mais abrangente, realizado no âmbito do Valuetur, aprovado ao abrigo do Programa de Cooperação INTERREG V-A Espanha-Portugal 2014-2020 (POCTEP).
«Começámos por investir na aquisição de equipamento, como painéis informativos e sinalética direcional, e de mobiliário urbano», revelou João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve.
Foi também editado um folheto para o centro interpretativo e publicadas, já em 2021, três brochuras dedicadas aos Parques Naturais do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina e da Ria Formosa e à Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António.
Para o mesmo responsável, o CEAM «é um espaço vocacionado para a educação ambiental e um observatório privilegiado dos vários ecossistemas do Parque Natural da Ria Formosa».
«Era crucial dotá-lo de melhores condições de visitação, melhorando a experiência do turista, que assim ficará a conhecer de forma mais profunda e apelativa este importante sistema lagunar do Algarve, que inclui zona de sapal, dunas, pradarias marinhas e grande variedade de espécies de avifauna, peixes, moluscos e crustáceos», acrescentou.
«O turismo de natureza é estratégico para o destino Algarve. Através do projeto Valuetur conseguimos reforçar a nossa aposta neste produto que é cada vez mais procurado pelo visitante nacional e estrangeiro, e que há uns anos já correspondia a um mercado de 22 milhões de viagens anuais na Europa», acredita João Fernandes.

Tanto este responsável, como Castelão Rodrigues enaltecem o trabalho levado a cabo pelos técnicos das duas entidades na montagem desta exposição
«O trabalho que foi aqui desenvolvido pela nossa equipa e pela da RTA veio fortalecer, ainda mais, os laços de amizade e de colaboração que já existiam», considerou o diretor regional do ICNF.
«É claro que tudo isto tem custos. Não temos recursos financeiros para tudo o que queremos. Repartindo estes custos através de um projeto e em parceria, será tudo muito mais fácil para todos nós», concluiu.
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