Pavilhão Desportivo de Loulé já tem o nome de Joaquim Vairinhos, o «algarvio marafado»

Joaquim Vairinhos foi presidente da Câmara de Loulé de 1990 a 1999 e eurodeputado de 1999 a 2004

«Agradeço a toda a comunidade louletana que me deu a oportunidade de ser presidente e de descobrir o meu limite e isso é uma honra». As palavras são de Joaquim Vairinhos, o antigo autarca e «algarvio marafado», que dá nome, desde esta terça-feira, 1 de Fevereiro, ao Pavilhão Desportivo de Loulé. 

Presidente de 1990 a 1999, Joaquim Vairinhos foi alvo de uma homenagem.

Perante uma plateia cheia de figuras políticas de várias cores partidárias, sobretudo antigos autarcas algarvios, representantes associativos e muitos amigos de Joaquim Vairinhos, a autarquia quis «enaltecer a obra e um legado político que ainda hoje está bem presente em cada canto deste concelho», diz a Câmara de Loulé, em nota de imprensa.

Vítor Aleixo, atual presidente da autarquia, que fez parte da equipa de vereação do homenageado, falou da ligação de Joaquim Vairinhos à sua terra e da importância que teve para o seu desenvolvimento, em áreas como a educação, desporto, cultura ou política.

«O Vairinhos esteve presente em momentos cruciais quando estes dossiers de gestão pública e política aceleraram, teve sempre a visão e a sensibilidade para perceber qual era o momento histórico em que estávamos a viver e que ambições era preciso ter. Fica indelevelmente associado a um salto qualitativo na gestão autárquica de todos estes planos», considerou.

Essa mentalidade visionária fez-se notar desde logo na educação – já que a sua formação era como professor – o que contribui para «interpretar as necessidades e dificuldades e sonhos dessa profissão».

Durante a cerimónia, foram recordadas as «muitas lutas de Joaquim Vairinhos».

«Das negociações com o Governo de Cavaco Silva que permitiram que Loulé seja hoje o único território com três nós de acesso à Via do Infante, a criação do Porto de Pescas de Quarteira, elemento central na economia e identidade local, a criação da Área Empresarial de Loulé, o Calçadão de Quarteira e tantas outras realizações», recorda a autarquia.

Uma das lutas foi também o Plano Diretor Municipal (PDM), em 1991, que, como recordou o homenageado, nasceu de um entendimento entre o governo local socialista e a oposição, já que o então presidente da Assembleia Municipal o social-democrata Mendes Bota, presente na cerimónia, e Joaquim Vairinhos aprovaram por maioria este documento que ainda hoje vigora.

E foi também essa rivalidade política que o homenageado enalteceu neste dia.

«Em democracia não podemos confundir os adversários com os inimigos. Temos que os combater nas ideias, mas também que os ouvir e ver se as ideias deles não são melhores do que as nossas. E muitas vezes é importante não nos isolarmos», sublinhou.

No dia em que Loulé celebrou mais um aniversário de elevação a cidade, o autarca Vítor Aleixo recordou as mais de três décadas de crescimento.

«Foram 34 anos de progresso, de desenvolvimento, de lutas pela preservação do que é nosso, do que nos define, dos nossos costumes e tradições, da nossa fé e da nossa cultura», disse.

O presidente do executivo falou da identidade desta comunidade, mas também das memórias da antiga vila do barrocal algarvio, «repleta de tradições, costumes, de gente simples e sábia, uma vila de ofícios, de sapateiros, de oleiros, de empreiteiras, de caldeireiros, de comerciantes, de cauteleiros, de padeiros e pasteleiros, professores e padres».

Mas num dia de celebração também as «realizações positivas» com sonhos antigos «alguns deles também do Joaquim Vairinhos» que se encontram em curso neste momento na cidade de Loulé, estiveram em foco.

Assim, no seu discurso, Vítor Aleixo elencou obras como a requalificação do Solar da Música Nova que permitiu acolher o Conservatório, a reabilitação do Palácio Gama Lobo, a requalificação do Atlético onde em breve irá instalar-se a Casa da Cultura, os Banhos Islâmicos, cuja conclusão da musealização está para breve e que aguarda a classificação de Monumento Nacional, o edifício do INEM/CODU.

«Há uma dinâmica e uma pequena economia a surgir que está a animar e a valorizar a cidade. Loulé é hoje muito procurada e só queremos estar à altura dos muitos desafios que temos pela frente», disse o edil.

Destacou ainda o trabalho levado a cabo em termos de habitação, que irá beneficiar dois segmentos da população, as famílias com carências habitacionais, mas também os jovens, as profissões diferenciáveis como professores, enfermeiros ou polícias que procuram fixar-se em Loulé têm dificuldade em encontrar uma habitação

Por último, referiu o tão aguardado projeto da Circular de Loulé que ainda recentemente deu mais um passo, com a assinatura das primeiras escrituras para a compra dos terrenos.

O Dia da Cidade de Loulé contou ainda com um programa cultural com uma batida fotográfica pelo casco medieval da cidade e um concerto de Rodrigo Leão e o Coro Infantil de Loulé, no Cineteatro Louletano.

 



Comentários

pub