Mesmo a milhares de quilómetros, ucranianos no Algarve preocupados com ameaça de guerra

«A nossa esperança é que não haja guerra pelas vidas que se iam perder»

A guerra é iminente e nem os largos milhares de quilómetros de distância entre Portugal e a Ucrânia atenuam a preocupação. Os ucranianos residentes no Algarve estão apreensivos com o clima de tensão vivido no seu país de origem. Em mente, têm os familiares e a ameaça de um conflito que não querem. 

Igor Korbeliak é o presidente da Associação de Ucranianos no Algarve e o rosto do receio.

Cada hora pode ser decisiva; cada dia, crucial.

Em conversa com o Sul Informação, conta que «a grande preocupação» manifestada pelos ucranianos residentes no Algarve são «os nossos familiares que moram na Ucrânia».

«Como há muita incerteza, nunca sabemos bem o que fazer. Eu próprio tenho família em Kiev, na capital, e o futuro é muito incerto», diz.

Apesar de ser «difícil» quantificar o número de ucranianos que moram na região algarvia, Igor Korbeliak estima que haja «entre 3 a 5 mil». Já a associação tem cerca de 100 associados.

No passado domingo, 20 de Fevereiro, alguns reuniram-se numa vigília, em frente ao Consulado Honorário da Rússia no Algarve, em Vilamoura, num ato de manifestação que também se repetiu, com outros grupos de ucranianos, em diversas cidades portuguesas.

«Achamos isto errado: o que se está a passar viola todas as regras internacionais», acusa Igor Korbeliak, residente em Portugal há 22 anos e microempresário da construção civil.

Vlamidir Putin, presidente da Rússia, reconheceu, na passada segunda-feira, a independência de Donestsk e Lugansk, na região de Donbass, uma decisão que já mereceu sanções da União Europeia, Estados Unidos da América e Reino Unido.

O presidente da Associação de Ucranianos no Algarve conhece casos de compatriotas que já estudam soluções, caso a guerra avance mesmo.

«As pessoas estão preocupadas e sei de algumas que estão a tentar convencer a família a vir para Portugal, se a situação se agravar ainda mais», relata.

É, ainda assim, um cenário que nenhum ucraniano deseja.

«A nossa esperança é que não haja guerra, pelas vidas que se iam perder: tanto nossas, como russas», conclui Igor.

 

 



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