Mercado Municipal de Silves reabriu com música e alegria

Obra custou mais de 1,4 milhões de euros e foi apoiada por fundos europeus

Um Mercado é um local de vendas e compras, mas também «um espaço de socialização», onde as pessoas vão para se encontrar. Foram estes pressupostos que estiveram na base da requalificação do Mercado Municipal de Silves, inaugurado este sábado, no meio de muita alegria de vendedores e compradores e ao som da banda da Sociedade Filarmónica Silvense.

A requalificação, salientou a presidente da Câmara Rosa Palma, é importante para «o desenvolvimenmto económico, mas também social». Por isso, os trabalhos pretenderam que o novo Mercado seja «uma resposta mais ao encontro das exigências atuais deste tipo de equipamento».

As obras custaram 1 milhão e 425 mil euros, beneficiaram de apoios de fundos europeus e passaram por dar «nova vida» a um edifício típico do Estado Novo, situado na baixa da cidade, à beira do Rio Arade.

A obra de remodelação incluiu a renovação integral das infraestruturas (redes de água e saneamento, instalações elétricas, telecomunicações), dos pavimentos, bancadas de vendas, reorganização funcional do espaço e telhados. Foi mantida a traça interior e exterior do Mercado, nomeadamente o sistema de asnas em madeira que suporta o telhado, mas alterada a cor, do branco anterior para um vibrante amarelo ocre.

O exterior também foi alvo de intervenção que incluiu a reorganização e equipamento das esplanadas dos restaurantes, a mudança das cargas e descargas para uma zona lateral, a instalação de elevador panorâmico para acesso à nova esplanada situada na cobertura, com acesso ao mezanino interior, onde funcionará um restaurante e bar.

Os novos espaços:

Tito Coelho, presidente da Junta de Freguesia de Silves, entidade a quem a Câmara confiou a gestão do Mercado, recordou que a remodelação era «uma aspiração antiga».

Rosa Palma, por seu lado, lembrou que, quando tomou posse como presidente da Câmara em 2013, «percebemos que o Mercado precisava de requalificação». A ideia inicial até era apenas fazer obras na cobertura, mas depois, «ouvindo os vendedores e a restauração», o Município depressa chegou à conclusão de que era preciso ir mais longe, para criar «um espaço funcional, que se tornasse um elemento cativador para as pessoas virem ao mercado».

A autarca salientou que o seu executivo está «muito orgulhoso do trabalho feito. Mas queremos que a população também sinta esse orgulho e que seja ela a proteger, salvaguardar e utilizar o seu mercado».

«Para dar mais vida e dinâmica a este equipamento», Rosa Palma anunciou que haverá várias iniciativas nos próximos meses. O Sul Informação sabe que uma delas é o regresso do Mercado Fora de Horas, que leva animação, artes, gastronomia e muito mais ao espaço…fora das horas normais do mercado.

José Apolinário, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, entidade que coordena a atribuição dos fundos europeus na região algarvia, sublinhou a estratégia atual da União Europeia «do prado ao prato». Tais iniciativas pretendem garantir «maior sustentabilidade», através da promoção dos «produtos da terra, mais saudáveis, dos circuitos curtos. E é isso que se faz aqui no Mercado de Silves».

O presidente da CCDR Algarve aproveitou ainda para falar de «algumas ambições» que este organismo partilha com a Câmara de Silves. Uma delas deverá ser garantida pelos fundos europeus do próximo quadro comunitário de apoio, que irão «aumentar». Trata-se da «requalificação do rio Arade». A menção a este projeto há muito acarinhado por Silves arrancou uma salva de palmas aos autarcas e demais população presente.

Mas José Apolinário falou ainda da necessidade de «melhorar os acessos» e, nesse âmbito, salientou que, «previsivelmente em Maio próximo», deverá ter lugar a adjudicação da obra de eletrificação da linha ferroviária entre Tunes e Lagos. Depois faltará ainda avançar a construção de uma «concordância» entre a Linha do Sul e a do Algarve, que permita «fazer a ligação por Intercidades até ao Barlavento», um «projeto com mais de 20 anos».

A gente do mercado:

Mas porque a manhã era dedicada ao novo Mercado Municipal de Silves, a inauguração continuou depois com uma visita às bancas de venda, por entre dezenas de compradores, mais de metade deles estrangeiros, grande parte autocaravanistas.

Laranjas e outras frutas, legumes da época, pão e bolos, enchidos e queijos, feijão e grão a granel, mel e compotas, artesanato local em madeira ou empreita, o bom leitão de São Marcos da Serra, peixe bem fresco, de tudo um pouco se pode comprar neste Mercado Municipal agora com um ar mais funcional e luminoso, mas que não perdeu o seu charme e a sua história.

«Que bonito que isto está!», exclamava uma compradora idosa, à entrada do novo mercado.

Quando abrir o novo restaurante e bar situado no mezanino e esplanada criados no telhado, com vista privilegiada sobre o rio Arade e o parque ribeirinho de Silves, este irá tornar-se, muito provavelmente, um sítio da moda que ninguém quererá deixar de conhecer.

 

Fotos: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

 

 



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